Assim como o vazamento do Panama Papers, realizado em 2016, o Pandora Papers divulgado neste domingo, 03, por um consórcio de veículos de mídia de vários países, mostra mais uma vez que os milionários e políticos dos EUA não aparecem em grande quantidade. Apesar de ser a maior economia do mundo, os dois últimos grandes vazamentos não afetaram os paraísos fiscais dos norte-americanos. Veja no gráfico como nenhum político dos EUA foi pego no Pandora Papers. Já os da Rússia foram os mais afetados.
Essa coincidência não é crível, pelo menos para os donos da Mossack e Fonseca, empresa que teve seus dados vazados no Panama Papers.
Em abril de 2016, um conjunto de 11,5 milhões de documentos confidenciais que estava nos computadores da sociedade de advogados panamenha Mossack Fonseca foi vazado na internet. Os documentos continham informações detalhadas de mais de 214 000 empresas de paraísos fiscais offshore, incluindo as identidades dos acionistas e administradores. Brasileiros também estavam no Panamá Papers.
Mossack e Fonseca acusaram diretamente os EUA pelo vazamento dos documentos. Para eles, o vazamento beneficiou os paraísos fiscais que ficam dentro do próprio EUA, como Delaware. Eles dizem isso claramente. Delaware é um minúsculo estado da costa leste dos Estados Unidos, onde um único prédio pode abrigar mais de 200 mil empresas offshore. Agora, os ricos dos EUA também foram preservados.
Os advogados, Jürgen Mossack e Ramón Fonseca, foram presos e depois soltos. O Panama Papers se transformou em um filme, baseado em um livro-reportagem “Secrecy World: Inside the Panama Papers Investigation of Illicit Money Networks and the Global Elite”, de Jake Bernstein. O filme é estrelado por Antonio Banderas e Gary Oldman.