Online – Escrita em 1967 pelo dramaturgo espanhol Fernando Arrabal, O Arquiteto e o Imperador da Assíria é uma das peças fundamentais da reflexão sobre o pós-guerra e o totalitarismo que culminou no confronto. Uma montagem do espetáculo criada pelo grupo Garagem 21, após temporada com lotação completa (mas reduzida pela pandemia) no Centro Cultural São Paulo, será exibida ao público até o próximo dia 7 de novembro, de quinta-feira a domingo, às 20h, pelo Vimeo. A direção é de Cesar Ribeiro e no elenco estão os atores Eric Lenate (Arquiteto) e Helio Cicero (Imperador).
Situada em uma ilha deserta, a peça se inicia com um desastre aéreo que leva seu único sobrevivente a entrar em contato com um nativo que jamais teve contato com outro ser humano. A partir dessa interação, o sobrevivente busca impor ao outro suas ideias de cultura e civilização.
O diretor reforça que o ponto central da encenação é abordar como determinados modos da narrativa, que representam uma visão da realidade, servem a um projeto totalitário de poder que se pretende salvador, mas que, para exercer essa ideia de salvação, constrói a destruição do outro, do divergente, seja por meio de crimes diretamente executados por agentes do Estado ou por diversos mecanismos de coerção e perseguição. “Trata-se de uma necropolítica, do constante retorno a modos de tratar o outro como inimigo, seja por aspectos morais, religiosos, econômicos, políticos, raciais, sexuais ou afins. O poder de agentes, intra ou extra Estado, de determinar quem é útil ou inútil a determinada sociedade e dispor sobre sua vida e sua morte. Esse princípio de aniquilação do outro visando a um suposto bem comum, sempre excludente, é característica de toda ditadura e de uma civilização em estado de guerra contra sua própria população, solidificando a barbárie como aspecto do cotidiano”, conclui.
O grupo Garagem 21 surgiu em 2009 na cidade de São Paulo. Desde o princípio, centra suas pesquisas na investigação da ideia de poder e suas extensões no corpo social. Do ponto de vista estético, procura um híbrido do teatro com outras linguagens, como quadrinhos, videogames, desenhos animados e dança contemporânea, em busca de uma forma de fazer teatro relacionada à transformação social propiciada pelas novas tecnologias e capaz de fomentar um público contemporâneo e alheio ao teatro, além da continuidade do público usual.
Sinopse: Em uma ilha isolada, um desastre aéreo conduz ao relacionamento entre o único sobrevivente do acidente e um nativo que nunca teve contato com outro ser humano, em que o primeiro tenta impor ao outro sua ideia de cultura e civilização.
FICHA TÉCNICA
Projeto contemplado na 10ª edição do Prêmio Zé Renato
Texto: Fernando Arrabal
Direção, tradução e adaptação: Cesar Ribeiro
Elenco: Eric Lenate e Helio Cicero
Direção de produção: Kiko Rieser
Cenário: J. C. Serroni
Desenho de luz: Aline Santini
Figurinos: Telumi Hellen
Preparação de atores: Inês Aranha
Sonoplastia: Raul Teixeira e Mateus Capelo (efeitos sonoros) e Cesar Ribeiro (músicas)
Visagismo: Louise Helène
Assistência de direção: Andre Kirmayr
Assistência de produção: Jaddy Minarelli
Arte gráfica: Patrícia Cividanes
Fotos: Bob Sousa
Registro em vídeo: Nelson Kao
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Marcia Marques
Temporada online
28 de outubro a 7 de novembro, quinta-feira a domingo, 20h
Transmissão pelo Vimeo
Grátis
Duração: 120 minutos
Classificação: 16 anos
Gênero: tragicomédia
Este projeto tem apoio do Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo – 10ª edição – 2019.
(Carta Campinas com informações de divulgação)