Ícone do site Wordpress Site

Coletivo ultraVioleta_s estreia websérie ‘A Prima da Vera’ marcada pelo absurdo e pelo nonsense em uma atualização da leitura da borra de café

Online – O coletivo ultraVioleta_s está em cartaz com obras inéditas e mostra de repertório. O filme Há Dias Que Não Tem Fim estreia na série de artes cênicas Desmontagem, do Sesc Pompeia. Criado a partir do espetáculo Há Dias Que Não Morro, o vídeo inverte a abordagem da artificialidade plástica encenada na peça e faz do contexto urbano real – ruas, pontes e placas da cidade de São Paulo – seu cenário de atuação. A cada quinze dias, artistas e companhias são convidados pelo Sesc a repensar e a desconstruir suas criações e desenvolver uma obra audiovisual para o ambiente digital. A desmontagem pode ser vista no Youtube do Sesc Pompeia (e fica disponível on demand).

A websérie A Prima da Vera estreia no dia 1º de outubro, quando o grupo passa a publicar diariamente os novos episódios, até o dia 28, sempre às 12h28. Com técnica de animação em stop motion, colagem e desenho, a série é caracterizada pelo absurdo e pelo nonsense e conta a história de uma planta que é capaz de ler o futuro de mulheres por meio da interpretação do corrimento vaginal encontrado em suas calcinhas.

A Prima da Vera, ultraVioleta_s (Imagem: Divulgação)

De 9 a 17 de outubro, sábados e domingos, 20h o público pode assistir e jogar Ôma, um ex-petáculo, um videogame performativo que apresenta a vida de duas avatares mulheres, vivendo dias de quarentena em suas casas. O público é convidado a ser agente ativo da obra, fazendo com que suas escolhas guiem a trajetória das personagens. Fusão de teatro e game, a experiência pode ser acessada via inscrição pelo site www.corporastrado.com/oma. A exibição acontece pelo Zoom.

O ultraVioleta_s é um coletivo criado em 2007 e composto por Aline Olmos e Laíza Dantas, ambas performers, diretoras artísticas, editoras e animadoras de vídeo. Uma das propostas centrais do coletivo é realizar obras que abarquem tematicamente questões ligadas a formas não hegemônicas de existência na Terra, sendo elas humanas, vegetais ou animais e pesquisar a intersecção entre diferentes linguagens artísticas, como o teatro, circo, performance, artes visuais e artes digitais.

Mostra de repertório e estreias

Há Dias Que Não Tem Fim 

O filme Há Dias Que Não Tem Fim é um projeto criado a partir do espetáculo Há Dias Que Não Morro, criado pelo grupo em 2019. O vídeo foi lançado dentro da programação intitulada Desmontagem promovida pelo SESC Pompeia, que retoma espetáculos que ficaram em cartaz na unidade a partir de uma proposição de desconstrução destas obras. Nesta criação, as artistas invertem a abordagem da artificialidade plástica encenada na obra em sua versão espetáculo e fazem do contexto urbano real, das ruas, pontes e placas da cidade de São Paulo seu cenário de atuação. Entre faróis que se abrem e fecham e um trajeto que sempre se repete guiado por uma voz de GPS, a realidade concreta que conhecemos começa a se rebelar e sinais não tão usuais passam a guiar o trânsito, a influenciar trajetórias e, até, a mudar o destino final de uma viagem. A partir da crise vivida pela pandemia e o consequente fechamento dos teatros, a vídeo-arte provoca o questionamento sobre quais são nossos cenários ficcionais na contemporaneidade.

Ôma, um ex-petáculo

A segunda obra de repertório apresentada é Ôma, um ex-petáculo (foto), criada em 2020 já no contexto do isolamento social. É um videogame performativo que apresenta a vida de duas avatares mulheres, vivendo dias de quarentena em suas casas. O público é convidado a ser agente ativo da obra, fazendo com que suas escolhas guiem a trajetória das personagens. A ideia partiu justamente da limitação de deslocamento imposta pela pandemia, do interesse em ampliar a representatividade de mulheres negras e brancas como protagonistas de games e do interesse em criar uma relação com o público que contasse com sua participação de um modo mais objetivo.

“Não é um jogo de ganhar ou perder. É uma brincadeira que se baseia na curiosidade individual do público para acontecer. Trata-se da exploração de uma casa. Algumas ações repetidas também lembram algo de Há Dias que Não Morro“, conta Aline Olmos que reforça que o jogo tem um caráter cômico e irreverente, mas também aborda questões mais profundas e revela camadas filosóficas do nosso cotidiano doméstico.

“Os espectadores se conectam pelo Zoom, onde as avatares aparecem fisicamente, e acessam, em um navegador, a página para o jogo. A experiência vivida é individual e é motivada por presenças virtuais ao vivo e pré-gravadas”, explica Laíza Dantas, que atua acompanhada pela atriz convidada Tetembua Dandara. O jogo-espetáculo conta com uma trilha sonora especialmente criada por Paula Mirhan composta por sonoridades que misturam experimentos vocais com pedais de guitarra, criando camadas de sobreposição para a obra e teve direção e roteiro concebido por Aline Olmos, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Tetembua Dandara.

A Prima da Vera

A programação oferecida pela companhia se completa com a estreia da websérie A Prima da Vera, que marca a atuação do coletivo também na área das artes gráficas e visuais. Com técnica de animação em stop motion, colagem e desenho, a série é caracterizada pelo absurdo e pelo nonsense e conta a história de uma planta que é capaz de ler o futuro de mulheres por meio da interpretação do corrimento vaginal encontrado em suas calcinhas.

A leitura da borra de café foi atualizada pelas artistas, que abordam um tema tabu (mesmo entre as mulheres) e de maneira descontraída e cômica sugerem uma aproximação e um entendimento das secreções liberadas diariamente. A obra é um convite a uma observação mais detalhada do corpo feminino de maneira lúdica e criativa.

Além de sessões de leituras oraculares de corrimentos a série apresenta várias tramas paralelas, dentre elas o sequestro da planta protagonista e a consequente revolta das calcinhas que ficam desamparadas. Juntas as calcinhas se rebelam para saber do paradeiro d’A Prima da Vera, promovendo passeatas e usando ‘drogas’, como amaciante e sabão em pó, para lidar com a abstinência da vidente. Por meio de muita ironia, ternura e irreverência, o enredo também passa por assuntos pungentes no Brasil de hoje, como a intolerância, a convivência intensa com as telas de dispositivos e a aceleração por meios artificiais da produtividade.

FICHAS TÉCNICAS

Há Dias Que Não Tem Fim

Idealização: ultraVioleta_s Direção: Aline Olmos e Laíza Dantas Direção Audiovisual e Montagem: Bruna Lessa Roteiro: Aline Olmos e Laíza Dantas à partir do texto original de Paloma Franca Amorim Direção de Fotografia: Cacá Bernardes Trilha Sonora: Hedra Rockenbach à partir da trilha original de Rafael Thomazini e Vinícius Scorza Dublagem: Mariana Zink Design Gráfico: Coletivo Bijari Produção: Corpo Rastreado e ultraVioleta_s Produção Audiovisual: Bruta Flor Filmes Locação de carro e motorista: Murilo Gil Locação de caminhão e motorista: Newton Steler de Almeida Apoio: Goodstorage

A Prima da Vera

Idealização: ultraVioleta_s Direção: Aline Olmos e Laíza Dantas Trilha Sonora: Paula Mirhan Roteiro e textos: Aline Olmos e Laíza Dantas Vídeos e Stop Motion: Aline Olmos Edição e Motion Design: Laíza Dantas Consultoria Audiovisual: Kim Ising Design Gráfico: Gabriela Fernandes Narração: Laíza Dantas Dublagens: Carol Vidotti e Eduardo Bordinhon Produção: Corpo Rastreado e ultraVioleta_s Apoio: Roupa de Cima e Goodstorage

Ôma, um ex-petáculo

Idealização e Game Design: ultraVioleta_s Realização e roteiro: Aline Olmos, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Tetembua Dandara Atuação vídeos: Laíza Dantas e Tetembua Dandara

Trilha Sonora: Paula Mirhan Masterização: Estúdio 55hz, Rui Barossi e Vinicius Scorza

Edição de vídeos e teasers: Laíza Dantas Programação e level design: Paula Hemsi e Vinicius Scorza Ilustração Sr Edaír e Tetê: Alexandre de Melo Dantas Imagens de divulgação: Murilo Chevalier Imagem de capa e identidade visual: Renan Marcondes Tradução para Inglês: Hilary Jo Caldis e Laíza Dantas Game engine: RPG Maker Coordenação de Produção e Parcerias: Aline Olmos Consultoria de Parcerias: Hilary Jo Caldis Produção: ultraVioleta_s, Tetembua Dandara e Corpo Rastreado Plug ins: HIME_EnemyReinforcements (Hime), YEP_RegionEvents (Yanfly Engine Plugins), TerraxLighting (Terrax), Yami_SkipTitle Tilesets adicionais: Panda Maru’s

Artistas convidades com obras no game: Carla Massa: série aquarela sobre papel “quarenTena”; Bruta Flor Filmes: Tentativas de Ignição, imagens do vídeo “Floresta e Marielle Presente” e caminhos da Bolívia no sonho “Um sonho bom”; Eduardo Bordinhon: foto analógica cidade de ponta cabeça vista da janela da casa; Coletivo Bijari com o vídeo “Prólogo”, usado nas projeções do cubo no vídeo “Ontem, Hoje”; Matias Arce com o teatro e cubo miniatura, usado no vídeo “Ontem, Hoje” Apoio: Goodstorage.

Desmontagem: Há Dias que Não Tem Fim

Em exibição no Youtube do Sesc Pompeia

A Prima da Vera

1º de outubro até dia 28 de outubro. Todos os dias, 12h28, pelo Instagram ultraVioleta_s

Duração: Aproximadamente 5 minutos | A cada dia, será exibido um novo episódio. Todos ficarão disponíveis.

Ôma, um ex-petáculo

9 a 17 de outubro*, sábados e domingos, 20h, por Zoom (inscrição/convite: www.corporastreado.com/oma)
*No dia 17 de outubro, quarta-feira, 20h, a peça Ôma, um ex-petáculo integra o FEIA – Festival do Instituto de Artes da Unicamp

(Carta Campinas com informações de divulgação)

Sair da versão mobile