Em entrevista na segunda-feira, 9, no Roda Viva, o senador Renan Calheiros, do MDB, deixou claro que a CPI da Covid vai responsabilizar Jair Bolsonaro por vários crimes, ilegalidades ou irregularidades. O senador listou uma série de ações consideradas criminosas do presidente da República. Além de todos esses crimes, Renan afirmou que Bolsonaro deixou suas digitais no caso da Covaxin. Agora a CPI está tentando entender e esclarecer porque a presença das digitais do presidente aparecem na negociação da Covaxin.
Veja os trechos da entrevista:
“Primeiro ele criou um Ministério Paralelo (gabinete paralelo), que substituía na prática o Ministério da Saúde. Esse gabinete fazia formulação e especificava políticas públicas. Através desse gabinete paralelo, Bolsonaro evitou que o Brasil tivesse uma comunicação competente que fortalecesse as medidas não farmacológicas.
“Ele acreditou em todos os momentos que a imunidade teria que vir pela elevação do contágio e não pela vacina”.
“Ele não só recusou as vacinas, ele desdenhou da sua eficácia. Ele defendia, em substituição a vacina, a imunidade coletiva, a imunidade de rebanho. Ele trabalhava para que o vírus caminhasse livremente. Isso também é um crime, é uma ilegalidade”
“Ele prescreveu medicamentos inúteis. Chegou a mostrar em fotografias esses produtos que não tinha absolutamente nenhuma eficácia”
“Na negociação da Covaxin, ele fez questão de colocar suas digitais. Fez telefonema ao primeiro ministro da China (ou Índia) para produzir a cloroquina”
“Mandou o laboratório do Exército produzir a cloroquina”
“Ele possibilitou e estimulou que os empresários privados tivessem uma elevação de mais de 600% na venda desses produtos que benefício nenhum causava à população”
“Ele praticou todo tipo de ilegalidade, de irregularidade e de crime também”.
“A CPI muito provavelmente vai condenar essas pessoas envolvidas. O presidente da República no crime de prevaricação. Porque no caso da prevaricação, no caso da Covaxin não há absolutamente nenhuma dúvida em relação a isso. O esforço que a CPI está fazendo na investigação é para comprovar as suas digitais na própria negociação da Covaxin, que era a única vacina que o Bolsonaro queria. Ele estava pedindo para comprar 20 milhões de doses da Covaxin no exato momento em que estava recusando 170 milhões de doses de vacina da OMS, da Pfizer e do Butantan”
“A perspectiva é que no caso presidente da República, no andamento da investigação, ele seja enquadrado no crime de responsabilidade. Ele e outros agentes públicos”.
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