Os programas de fomento deste ano da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo registraram recorde de inscrições, com um total de 41.817 inscrições, 338% maior do que os 9.546 alcançados no ano passado.
O ProAC Expresso Direto, que substituiu o ProAC Expresso ICMS nesta edição, teve 22.162 candidaturas, um índice 1.845% superior em comparação a 2020, quando foram registradas 1.139. Já o ProAC Expresso Editais recebeu 19.655 inscrições, com um aumento de 133% em comparação às 8.407 candidaturas do ano anterior.
Os artistas foram afetados pela pandemia de Covid-19, mas também por um projeto de combate à arte promovido pelo governo Bolsonaro com cortes no orçamento, assim como o governo Dória em São Paulo. Nos últimos anos, São Paulo reduziu o orçamento da cultura constantemente. Em 2010, o orçamento equivalia a 0,71% do orçamento geral – R$ 994 milhões. Em 2019, por exemplo, ficou em 0,26%. No mesmo período, porém, o orçamento geral do governo paulista aumentou quase 81%, de R$ 140 bilhões para R$ 260 bilhões.
No plano federal, a situação é ruim do mesmo jeito. No ano passado, houve um corte de R$ 36 milhões de cinco áreas da Secretaria de Cultura do Governo Federal, autorizado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que acelerou o processo de destruição da cultura, agravando a crise no setor. A Fundação Nacional de Artes (Funarte) teve corte de R$ 13,5 milhões. Os cortes atingem ainda a Fundação Biblioteca Nacional, R$ 11,7 milhões; o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), R$ 10,4 milhões; a Fundação Cultura Palmares, R$ 1,2 milhão; e a Fundação Casa de Rui Barbosa, R$ 122,8 mil.
O governo Bolsonaro despreza a cultura e trata os artistas como inimigos. “A asfixia financeira do setor é uma das estratégias da perseguição política organizada pelo bolsonarismo”, disse o historiador Márcio Tavares. (com informações de divulgação/cut/RBA)