Em São Paulo – O Balé da Cidade de São Paulo retoma sua temporada de espetáculos no dia 30 de julho, sexta-feira, com um programa duplo no Theatro Municipal de São Paulo e com a presença do público na plateia. Trata-se da reapresentação de A Casa, coreografia de Marisa Bucoff que fez sua estreia mundial em fevereiro último, e que trata das relações neste período de confinamento forçado e de seus efeitos no corpo dos bailarinos, e Árvore do Esquecimento, de Jorge Garcia, que estreou em 2015, fazendo um mergulho ancestral na história do Brasil colonial, e que surge agora adaptada às normas de afastamento social. As apresentações seguem até 8 de agosto. Trata-se de uma curta temporada de oito apresentações, em dois horários: às 19h, em dias de semana e às 17h, aos sábados e no domingo. Os ingressos custam de R$ 10 (R$ 5 meia) a R$ 80 (R$ 40 meia) e podem ser adquiridos exclusivamente no site do Theatro .

Tema e coreografia de Marisa Bucoff, bailarina com 21 anos na companhia, A Casa tem como ponto de partida o isolamento social provocado pela pandemia e os seus efeitos. Com 16 bailarinos no palco, o espetáculo intimista dialoga com os afetos que atravessam as subjetividades formadas durante este período de confinamento. Em uma representação de dualidade, A Casa simboliza não só a moradia e a proteção mínima que são espectros de sua figura natural, mas também a sua falta e tudo aquilo que é a ausência do lar. A Casa foi apresentada ao público em fevereiro deste ano e agora retorna ao palco do Municipal.

(Foto: Rafael Salvador)

“A retomada de um espetáculo é uma ocasião em que os bailarinos se apropriam muito mais do trabalho, que acaba ganhando outra consistência, e possibilita uma infinidade de refinamentos artísticos”, comenta Marisa Bucoff. Para ela, trata-se de um conjunto de elementos, como a parte espacial e a iluminação, que ganham outras referências dentro do palco. “Como bailarina, entender esse lugar para se aprofundar mais com os personagens é fundamental”, completa.

Com poucos elementos cênicos como mesa, cadeiras, sofá e poltronas como ambientação de moradia dos bailarinos solitários, a coreografia traz corpos colados, mas separados por biombos com telas acrílicas transparentes, como medida de segurança e respeito ao protocolo de limitação de contato físico. Todos os bailarinos usam máscaras de proteção, podendo haver exceções nas cenas em que participam apenas bailarinos que moram juntos. Como parte dos protocolos sanitários determinados para a criação do espetáculo, A Casa não conta com cenário, além dos elementos citados acima. A trilha sonora original é de Ed Côrtes, desenho de luz de Mirella Brandi e figurinos de João Pimenta.

Em consonância com A Casa, que abre o espetáculo, logo na sequência – e sem intervalo entre as coreografias – vem a remontagem de Árvore do Esquecimento, encenada pela primeira vez em 2015, no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, e que passa agora por uma grande adaptação. Criada por Jorge Garcia, a peça é inspirada no livro e documentário Pedra da Memória, de Renata Amaral, que traz diálogos de festas populares de Pernambuco e Maranhão que tiveram sua origem em Benin, país da África Ocidental em que descendentes de escravos aportaram nas terras do Brasil no período da colonização.

(Foto: Sylvia Masini)

No contexto, os escravos que saíam do porto de Ouidah rumo ao “novo mundo” eram levados antes à árvore do esquecimento, grande referência da montagem. Lá, os homens eram forçados a dar nove voltas em torno da árvore mística e as mulheres, sete, para que esquecessem de suas origens, sua identidade cultural e suas referências geográficas. Partindo desses elementos, Jorge Garcia resgata suas memórias ancestrais e faz um mergulho na África, Europa, península arábica, além do norte e nordeste do Brasil.

Com nove bailarinos no palco, a montagem, que antes era repleta de duetos e toques de corpo, foi adaptada para atender aos protocolos de segurança. Agora, nesta adaptação, há uma maior presença dos números solo. Além disso, as adaptações das iluminações pantográficas dão um tom moderno e ao mesmo tempo industrial à referência maior, da árvore. “Diante desse contexto, precisei reescrever e reestruturar praticamente todos os jogos de cena. As mudanças que aconteceram foram praticamente todas coreográficas”, conta Jorge Garcia.

As apresentações presenciais no Complexo Theatro Municipal de São Paulo, abertas ao público, estão sendo realizadas com capacidade reduzida de até 25% da casa como medida de garantir a segurança das pessoas com o distanciamento entre os assentos. O Theatro também está seguindo todas as diretrizes das orientações do Plano São Paulo e da Prefeitura Municipal de São Paulo. Para assistir às apresentações dos grupos artísticos do Theatro Municipal de São Paulo, é necessário seguir os protocolos de segurança estipulados no Manual do Espectador, disponível no site da instituição.

Programa
Balé da Cidade apresenta A Casa e Árvore do Esquecimento
Theatro Municipal de São PauloJulho
30/7, sexta-feira, 19h
31/7, sábado, 17h
31/7, sábado, 17h

Agosto
01/8, domingo, 17h0
1/8, domingo, 17h
05/8, quinta-feira, 19h
06/8, sexta-feira, 19h
07/8, sábado, 17h
08/8, domingo, 17h

A CASA
Marisa Bucoff, concepção e coreografia
Ed Côrtes, música original
Mirella Brandi. desenho de luz
João Pimenta, figurino

Elenco: Antônio Carvalho Jr., Ariany Dâmaso, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Márcio Filho, Marina Giunti, Rebeca Ferreira, Renée Weinstrof, Yasser Díaz

ÁRVORE DO ESQUECIMENTO
Jorge Garcia, coreografia
Eder O Rocha, música original
Ari Buccioni, desenho de luz
Leo Ceolin, cenografia
João Pimenta, figurino

Elenco: Ana Beatriz Nunes, Camila Ribeiro, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Marisa Bucoff, Renata Bardazzi, Victor Hugo Vila Nova

Ingressos:
Setor 1: R$80,00 (R$40 meia)
Setor 2: R$40,00 (R$20 meia)
Setor 3: R$10,00 (R$5 meia)

Classificação: Livre
Duração: 55 minutos aproximadamente
Não será permitido o acesso de pessoas atrasadas, não havendo devolução de valores ou troca do ingresso.

Bilheteria: em função da pandemia de Covid-19, a bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo está fechada por tempo indeterminado. As vendas de ingressos ocorrem por meio do site do Theatro Municipal de São Paulo.
Manual do Espectador e Informações sobre os protocolos sanitários do Complexo Theatro Municipal: veja os protocolos de segurança do Theatro Municipal em nosso site.
Theatro Municipal de São Paulo: Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Sé – próximo à estação de metrô Anhangabaú.

(Carta Campinas com informações de divulgação)