Do BdF
Nesta quinta-feira, o promotor José Domingo Pérez solicitou a prisão preventiva de Keiko Fujimori por descumprir com suas restrições judiciais. A candidata já foi detida em duas ocasiões, como parte do processo que enfrenta pela Operação Lava Jato no Peru.
Domingo Perez, da força especial da Lava Jato, é o relator do casoe, ao emitir a denúncia em março deste ano, havia solicitado 30 anos de prisão por lavagem de dinheiro, crime organizado e obstrução à justiça.
Pedido do Ministério Público do Peru tem efeito imediato, caso Justiça aprove Keiko pode voltar à prisão ainda nesta quinta-feira (10) / Reprodução
A prisão preventiva de Fujimori impediria sua candidatura, mas o pedido não foi aceito. No entanto, suas atividade de campanha foram restringidas e deveriam ser comunicadas à Justiça para que as autoridades pudessem monitorar seu deslocamento. Fujimori é acusada de utilizar seu cargo de congressista para assinar contratos ilícitos com a construtora Odebrecht.
Entenda o caso
O Peru entrou na rota da Lava Jato em 21 de dezembro de 2016, quando foi publicado um documento do Departamento de Justiça dos Estados Unidos informando que a empreiteira brasileira Odebrecht havia subornado autoridades de 12 países para ganhar licitações de obras de infraestrutura.
A construtora teria transferido ao menos US$ 29 milhões – cerca de R$ 160 milhões, em valores atualizados – como propina a servidores públicos entre 2005 e 2014.
O período corresponde aos governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).
Quem é Keiko Fujimori?
Filha do ex-ditador Alberto Fujimori, que governou o país durante toda a década de 1990, Keiko foi primeira-dama do Peru entre 1994 e 2000 e construiu sua carreira política apoiada no histórico do pai.
Em 2006 foi eleita congressista pela Aliança pelo Futuro, formando o bloco de oposição ao presidente Alan García (Apra).
Mais tarde, em 2008, a empresária ajudou a fundar o partido de extrema-direita, Força Popular, sua atual legenda. Keiko exerceu legislatura até 2011, quando concorreu pela primeira vez a eleições presidenciais.
Segundo levantamento de meios locais, entre 2006 e 2011 Keiko esteve fora do país por 223 dias e acumulou mais de 500 ausências em sessões parlamentares.
Esta é a terceira vez que concorre e chega a um segundo turno em eleições presidenciais. Em 2016 perdeu para Pedro Pablo Kuczynski por apenas 41 mil votos.
Em 2018 foi presa acusada de lavagem de dinheiro, sendo liberada em 2019 e novamente encarcelada em janeiro de 2020. Desde abril do ano passado vive em regime de liberdade restrita. Keiko está impedida de viajar ao exterior e deve comparecer semanalmente à justiça.
Se fosse eleita, Keiko já havia prometido conceder indulto ao seu pai, de 82 anos, condenado a 25 anos de prisão por crimes de lesa humanidade, que incluíram o assassinato de 15 pessoas, entre eles uma criança de 8 anos, além da esterilização forçada de 350 mil peruanas. (Michele Mello – Brasil de Fato)
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