Os ataques constantes do governo Jair Bolsonaro à educação, à ciência e às universidades públicas, com redução drástica e cortes monumentais dos investimentos em pesquisa, intervenção ideológica em instituições e até difamação e xingamentos, fez disparar a fuga de trabalhadores qualificados, inclusive pesquisadores, para o exterior. Soma-se a isso a instabilidade política promovida pelo governo que defende abertamente milicianos criminosos e as ações contra a vacinação da população no meio da pandemia de Covid-19, o que agravou a crise econômica.

Nos anos de 2019 e 2020, os números do Departamento de Imigração norte-americano mostram que a busca por visto permanente de brasileiros aumentou 40% na comparação com os anos anteriores de 2017 e 2018, durante o governo Temer. Mas o número é muito maior em relação ao final do governo Dilma (2015-2016). Em relação à Dilma, a fuga de cérebros no governo Bolsonaro aumentou 135%. . Os dados foram reproduzidos por reportagem da Folha de S. Paulo e mostra que os EUA são os mais procurados por brasileiros, seguido de Portugal, Canadá e Inglaterra.
A especificidade da situação do Brasil no governo Bolsonaro está bem definida pelos números. Enquanto os pedidos de entrada no mercado de trabalho norte-americano feito por brasileiros cresceram em 2020, a soma de solicitações feitas por todas as nacionalidades teve uma queda de 13%. Ou seja, enquanto mais trabalhadores qualificados preferiram ficar no próprio país, no Brasil eles decidiram se arriscar mesmo diante da pandemia de coronavírus.
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