Uma incompetência generalizada ou mesmo má fé do governo Bolsonaro custaram a vida de milhares de brasileiros. Isso é o que fica explícito como o depoimento desta quarta-feira, 12, do ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, e com a divulgação da carta do CEO da Pfizer, Albert Bourla.
O ex-secretário do governo Bolsonaro disse, na CPI da Covid-19 no Senado, que a carta da Pfizer ao presidente Bolsonaro ficou 2 meses sem resposta. O Brasil ficou sem vacinas em 2020.
A carta foi enviada em 12 de setembro diretamente para o presidente e vários ministros do governo e não foi respondida até 9 de novembro. Em total e completa bagunça, o governo Bolsonaro fez a população brasileira pagar caro.
O detalhe é o trecho da carta, assinada por Albert Bourla, CEO da Pfizer: “quero fazer todos os esforços para garantir que doses de nossa futura vacina sejam reservadas para a população brasileira, porém celeridade (rapidez) é crucial devido à alta demanda de outros países, e ao número limitado de doses em 2020″. É isso que o governo Bolsonaro demorou 2 meses para responder. Em resumo, Pfizer pediu rapidez, mas Bolsonaro demorou com a celeridade necessária diante da pandemia.
O ex-secretário do governo também revelou que os destinatários da carta eram Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o então ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acrescentou que o documento também tinha como destinatários o vice-presidente, Hamilton Mourão, e o embaixador do Brasil nos EUA, Nestor Forster Jr. “Eu recebi essa carta em 9 de novembro, e até esse dia ninguém havia respondido essa carta”, disse Wajngarten.