O estado mais rico da federação, São Paulo abandonou 667 mil crianças sem escola em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19. O número representa 9,2% do total de crianças e adolescentes abandonados educacionalmente no ano passado em todo o Brasil. Os dados são do estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um alerta sobre os impactos da pandemia da Covid-19 na Educação”, lançado esta semana pelo UNICEF, em parceria com o Cenpec Educação.

(foto acacio pinheiro – ag brasília)

A exclusão escolar atingiu sobretudo crianças de faixas etárias em que o acesso à escola não era mais um desafio. Em todo o Brasil, 5,1 milhões de meninas e meninos ficaram sem acesso à educação no Brasil em novembro de 2020, 41% tinham de 6 a 10 anos de idade; 27,8% tinham de 11 a 14 anos; e 31,2% tinham de 15 a 17 anos – faixa etária que era a mais excluída antes da pandemia.

Sem plano emergencial após o início da pandemia, sem estabelecer uma força tarefa para impedir o abandono, sem acesso à internet e à plataformas de ensino à distância com acompanhamento rigoroso, as crianças e adolescentes acabaram ficando sem acesso à educação.

“Crianças de 6 a 10 anos sem acesso à educação eram exceção no Brasil, antes da pandemia. Essa mudança observada em 2020 pode ter impactos em toda uma geração. São crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, fase de alfabetização e outras aprendizagens essenciais às demais etapas escolares. Ciclos de alfabetização incompletos podem acarretar reprovações e abandono escolar. É urgente reabrir as escolas, e mantê-las abertas, em segurança”, disse Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil. (com informações de divulgação)