Online – Idealizado por Gabriel Fernandez Tolgyesi, o projeto SERPENTINA
propõe um olhar artístico e educativo sobre as chamadas danças serpentinas, um estilo de dança criado em 1892 pela artista Loïe Fuller (1862-1928).
Loïe Fuller foi uma dançarina e coreógrafa norte-americana radicada em Paris, reconhecida até os dias de hoje como uma das pioneiras da Dança Moderna. A artista inovou na maneira de dançar e criou em 1892 um estilo de dança chamado popularmente de ‘danças serpentinas’: danças que apresentavam uma poética sobre as relações entre dança, figurino e iluminação elétrica – sendo a eletricidade em cena uma novidade sem igual de sua época.
Esse conjunto de relações cênicas despertava a imaginação de seus públicos, e evocava imagens metafóricas de flores, pássaros, anjos, labaredas de fogo, entre outras.
Para além de sua importância na história da dança cênica ocidental, Fuller foi retratada por grandes artistas da virada do século XIX-XX, como Jules Cheret, Henri de Toulouse-Lautrec, Pierre Roche, Fraçois Raoul Larche, os irmãos Lumiére, Alice Guy Blaché, entre outros.
Foi inspiração para o primeiro filme em cores, cujos fotogramas foram pintados um a um, à mão (“Annabelle Serpentine Dance”, de Thomas Edison, 1895) – referência às fantásticas mudanças de cores que estavam presentes nas danças serpentinas de Fuller.
A artista tinha em seu círculo de amizades algumas personalidades da época, como Marie Curie, Alexandre Dumas Filho, Pierre Rodin, A Rainha Maria da Romênia, entre outros – algumas dessas referências podem ser consultadas em sua autobiografia “Quinze anos de minha vida”.
O projeto SERPENTINA busca compartilhar trabalhos artísticos e formativos
inspirados por Loïe Fuller e suas danças serpentinas. Isto é, o dançarino Gabriel Fernandez Tolgyesi apresentará virtualmente, na forma de vídeos, algumas danças autorais criadas por meio do projeto.
Essas videodanças contam com música original de Thomaz Souza, figurinos de Pati Sayuri e Raquel Brandão, imagens de Leo Lin, e colaboração artística de Paul Parra e Paulo Carpino, e buscam tratar das danças de Loïe
Fuller em contextos, vivências e subjetividades específicas do dançarino e proponente Gabriel Fernandez Tolgyesi.
A escolha de determinadas locações para a realização das videodanças também se relaciona à passagem de Loïe Fuller pelas cidades de Santos e
São Paulo em 1904, e de sua companhia na cidade de São Paulo em 1926 – passagens que contaram com apresentações das famosas danças.
Para contextualizar Loïe Fuller historicamente e situar curiosidades sobre as danças serpentinas, Tolgyesi também oferece de forma gratuita uma série de Oficinas Virtuais em oito encontros, seis bate-papos com a equipe técnica do projeto e dois compartilhamentos sobre os percursos de desenvolvimento artístico do trabalho.
Todas essas ações do projeto acontecerão ao longo do mês de março de 2021, de maneira remota (virtual), em parceria a Oficina Cultural Oswald de Andrade, sempre às segundas e quartas-feiras, a partir das 19h (informações detalhadas de dias, horários e ações específicas poderão ser encontradas em https://poiesis.org.br/maiscultura/ ).
Esse projeto é realizado graças ao Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, edital Proac 03/2019.
Como as videodanças inéditas foram produzidas em um período de pandemia do coronavirus (covid19), o projeto precisou se adaptar como um todo, artística e logisticamente. Para todas as gravações, realizadas na fase amarela do Estado de São Paulo, foram tomadas as devidas medidas de segurança e proteção.
Gabriel Fernandez Tolgyesi é Mestre em Artes da Cena pela Universidade
Estadual de Campinas, instituição na qual também se graduou em Dança e se licenciou em Artes-Dança. Foi orientador no Programa Qualificação em Artes/Dança, e artista-educador no Programa de Iniciação Artística da cidade de São Paulo. Dançou junto de artistas como Ricardo Gali, Cristian Duarte, Juliana Moraes, Rob Jacqué, Chris Matallo, Teresa Ranieri, Miquel Barcelona e Laura Villar, Ko Murobushi, Pope L., Celia Gondol, entre outros. Dirigiu e coreografou trabalhos como “Acesso de sacadas” (CCSP/2015), “Eu quero ganhar flores” (MIS/2017), e “This is not about me” (ProAc/2016). Foi produtor executivo em diferentes projetos para a Cia Perversos Polimorfos e para Morena Nascimento.
Projeto SERPENTINA
Onde: virtualmente, pela Oficina Cultural Oswald de Andrade
(https://poiesis.org.br/maiscultura/)
Quando: de 01 a 31 de Março/2021. Segundas e quartas-feiras, a partir das 19h
(consultar o site https://poiesis.org.br/maiscultura/ para informações detalhadas).
Quanto: Grátis.
Info: Oficinas Culturais (https://poiesis.org.br/maiscultura/)
(Carta Campinas com informações de divulgação)