A série Ideias, promovida pelo Sesc São Paulo por intermédio de seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), traz a transmissão ao vivo de debates sobre as principais questões que tensionam a agenda sociocultural e educativa atual, com o objetivo de incentivar a reflexão no contexto desafiador em que nos encontramos. Sempre às 16h, as conferências acontecem pelo canal do YouTube do Sesc São Paulo, com participação do público e tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Entre os dias 30 de março e 01 de abril, a série trata de assuntos diversos, como Histórias de Vida: Encontros com Questões Socioambientais, na terça (30/03); Rio, Anos 1920 – Modernismo à Beira-Mar, na quarta (31/03) e, encerrando a programação da semana, na quinta-feira, (01/04), A Pós-Verdade. Para mais informações sobre as mesas e seus participantes, consulte a programação abaixo.
30 de março, terça-feira
Histórias de Vida: Encontros com Questões Socioambientais
Em que momento despertamos para questões socioambientais que estão a nossa volta? A mesa abordará a temática da sustentabilidade sob o ponto de vista de diferentes histórias de vida, convidando o público a refletir sobre sua relação com as pautas socioambientais. O debate discute, entre outros assuntos, a maneira como nos relacionamos com o meio onde vivemos, como consumimos e descartamos, possíveis soluções e alternativas para o dia a dia e como nossas escolhas influenciam caminhos e mudanças para modos de vida mais sustentáveis.
Participantes:
Jaime Prades – de mãe brasileira e pai uruguaio, Jaime nasceu na Espanha em 1958. No começo de 1971, a família retornou ao Brasil e, desde 1975, reside em São Paulo. Nos anos 1980 integra o Tupinãodá, grupo de artistas pioneiro em instalações e pinturas nos espaços urbanos. A partir dos anos 1990, dedica-se quase exclusivamente à arte. Suas pesquisas transitam entre os espaços públicos e privados, entre a rua e o ateliê. Realiza exposições em galerias, centros culturais, museus e instalações em espaços de convivência. Atualmente dedica-se à pintura, escultura e ao seu projeto Natureza Humana de instalações.
Lenine – cantor, compositor, arranjador e multi-instrumentista. Compôs sucessos como “Jack Soul Brasileiro” e “Paciência”. Vencedor de seis Grammys latino e diversos prêmios no Brasil e no mundo, com suas fusões de ritmos que renovou a música brasileira. Lenine também é botânico autodidata, colecionador de orquídeas (ou “orquidoido”, como prefere) e apoiador engajado de grupos socioambientais.
Tião Santos – empreendedor social, consultor e palestrante. Passou a infância brincando no lixão do Jardim Gramacho, localizado em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Transformava o que encontrava no lixo em alimento e diversão. Até que o que era lixo transformou sua vida. De catador, Tião passou a trabalhar na cooperativa do local, considerado o maior lixão da América Latina até ser fechado, em 2012, quando se tornou ativista e líder comunitário. Foi protagonista no documentário “Lixo Extraordinário”.
Mediação:
Caco de Paula – repórter e editor, foi diretor da revista National Geographic Brasil e criador da multiplataforma Planeta Sustentável. Coautor dos quadrinhos Heróis do Clima, lançado em quatro línguas, hoje desenvolve pesquisas e projetos com foco em sustentabilidade. Começou sua carreira jornalística no início dos anos 1980, quando os temas ambientais ainda não faziam parte da cobertura usual dos veículos de comunicação. Em 40 anos de experiência (TV Globo, O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Veja) cobriu temas ambientais e acompanhou o desenvolvimento dessa temática na mídia brasileira. Colaborador do Sesc São Paulo, coordenou a mais recente edição dos Cadernos Sesc de Cidadania.
Apresentação:
Ana Emília de Silos Cruz – assistente técnica da Gerência de Educação para Sustentabilidade e Cidadania, é responsável pelo programa institucional do Sesc São Paulo, em conjunto com a GPS, o Lixo: menos é mais. Atua na área socioambiental há mais de 10 anos.
31 de março, quinta-feira
Rio, Anos 1920 – Modernismo à Beira-Mar
O início do século XX no Brasil foi marcado por transformações de monta, que impactaram o campo cultural, político e social. A capital da República recém-implantada era como um microcosmos dos acontecimentos mundiais, com as mudanças arquitetônicas (modernização urbana), tecnológicas (iluminação, linhas de trens, carros em circulação, etc.), políticas (crise oligárquica, primeira guerra mundial, revoltas militares, etc.), de saúde pública (gripe espanhola) e principalmente socioculturais, em que a produção artística já despontava com as marcas do moderno. Essa história é o tema do bate-papo entre Carlos Berriel e Ruy Castro, com o propósito de indicar as principais linhas de força desse processo de instauração de linguagens modernas em um país que ainda tateava seu caminho após o recente fim da escravidão.
Participantes:
Ruy Castro – jornalista, reconhecido pela produção de biografias como “O Anjo Pornográfico – A Vida de Nelson Rodrigues” (Companhia das Letras, 1992), “Estrela Solitária” (Companhia das Letras, 1995) e “Carmen” (Companhia das Letras, 2005), e de livros de reconstituição histórica, como “Chega de Saudade” (Companhia das Letras, 1990), “Ela é Carioca” (Companhia das Letras, 1999), e “Metrópole à beira-mar – O Rio Moderno dos anos 20” (Companhia das Letras, 2019).
Carlos Berriel – professor livre-docente no Departamento de Teoria Literária da Unicamp e professor visitante na Università di Firenze, Itália. Fez mestrado e doutorado com teses sobre o Modernismo paulista, tendo publicado os volumes “Mario de Andrade Hoje” (Editora Ensaio, 1990) e “Tietê, Tejo, Sena: a obra de Paulo Prado” (Editora TOPBOOKS, 2021). É fundador da Revista Morus – Utopia e Renascimento, e coordena o U-TOPOS – Centro de Estudos sobre Utopia da Unicamp. Tem no prelo da Editora Martins Fontes uma tradução comentada de “A Cidade do Sol”, de Tommaso Campanella (1568-1639).
Mediação e apresentação:
Flavia Prando – doutoranda em Música pela ECA/USP e pesquisadora do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.
01 de abril, quinta-feira
A Pós-Verdade
Quando mentiras, distorções, manipulações e desinformações são disseminadas com a força de um dilúvio, não se sabe mais onde está a verdade. Pior do que isso, a pós-verdade não quer dizer que a verdade não mais existe, mas, sim, que ela não mais importa. Dissipou-se o seu valor social e individual com uma força que ataca não apenas a necessária vinculação entre as notícias e os fatos, mas também a confiabilidade nas instituições e nas prescrições da ciência. No fundo, a expressão “pós-verdade” adoça o conceito de “mentira” e legitima algo que aparenta ser verdade e pode ser (ou poderia ser) mais importante do que a própria verdade. A mesa irá discutir o conceito de pós-verdade, sua relação com as fake news e se é um fenômeno novo, apontar para iniciativas que buscam represar o dilúvio das mentiras e trazer à discussão quais esferas do fazer humano são impermeáveis à pós-verdade.
Participantes:
Lucia Santaella – livre-docente em ciências da comunicação pela ECA/USP e coordenadora do programa de Pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP.
Caio Túlio Costa – jornalista, doutor em comunicação pela USP. Foi pesquisador visitante na Universidade Columbia. Deu aulas na PUC, ECA, Cásper Líbero e ESPM. Fundador do UOL, foi presidente do iG e hoje é CEO do Torabit, plataforma de monitoramento Digital.
Mediação e apresentação:
Danilo Cymrot – doutor em Criminologia pela Faculdade de Direito da USP e pesquisador do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.
(Carta Campinas com informações de divulgação)