Em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (12), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz novos diálogos entre integrantes da Lava Jato demonstrando o conluio entre procuradores e juízo. Em uma das conversas, o coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol fala sobre uma “combinação” com a juíza Gabriela Hardt.

(Gibran Mendes-CUT PR/Reprodução Youtube/Antonio Cruz-ABr)

“Gente, importante: 1) Gabriela não sabe o que é prioridade. Há 500 processos com despacho pendentes e não sabe o que olhar. Combinei de criarmos uma planilha google e colocarmos o que é prioridade pra gente. Quem quiser que suas decisões saiam logo, favor criar e indicar os autos, prioridade 1, 2 ou 3 e Sumário ao lado, e me passar o link para eu passar pra ela”, diz a mensagem, mantida aqui a grafia original.

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‘Os dois processos devem ser anulados’

As revelações provocaram reações nas redes sociais. “No auge do golpe, a LJ atuava nos bastidores e combinava movimentações com Juiz Moro no caso do tríplex e depois continuou combinando com a Juíza Gabriela Hardt no caso de Atibaia. Não há processo, há uma combinação de atos nulos e viciados. Os 2 processos devem ser anulados”, disse a professora de Direito Penal e Criminologia da UFRJ Luciana Boiteux, em seu perfil no Twitter.

Na segunda-feira (8), a Carta Capital revelou outros trechos de diálogos sugerindo proximidade entre a juíza Gabriela Hardt e integrantes da Lava Jato. Em um deles, o procurador Athayde Costa, em mensagem enviada em 16 de novembro de 2018, às 23h57, dizia: “e Gabriela é faca na caveira demais Pedi uma decisao hj e ja saiu”.

Naquele dia, a juíza havia decretado o bloqueio de 20 milhões de reais de treze alvos da 56ª fase da Lava Jato, sequestrando ativos de 38 empresas ligadas aos investigados pela operação “Sem Fundos”. (Da RBA)