.Por Susiana Drapeau.
Em muito anos de Roda Viva, programa de entrevista da TV Cultura, talvez nunca um político de direita teve uma performance tão boa quanto a de Alexandre Kalil (PSD), que foi entrevistado na última segunda-feira, 30 de novembro.
O Roda Viva já entrevistou muita coisa ruim, inclusive o ex-presidente da câmara Eduardo Cunha(MDB) e tantos outros. Seguramente, Kalil é o melhor quadro da direita brasileira. E talvez por isso tenha sido eleito no primeiro turno com mais de 60% dos votos. Mas esse é apenas um indicador.
Outro indicador interessante, revelado por ele na entrevista, é que 85% dos projetos que ele aprovou em Belo Horizonte tiveram o apoio da oposição.
Os entrevistados de direita, no Roda Viva, viram sempre uma baboseira insuportável. Eles não são questionados onde devem e o programa vira um baba ovo enjoativo.
Ele até foi questionado e se saiu bem. Negou todas as acusações pessoais ou explicou de forma convincente todos os pontos polêmicos. Não recebeu tréplica dos jornalistas mineiros, que se calaram com as respostas.
Kalil merece ser estudado até pela esquerda, que anda meio perdida. Ele parece ter descoberto a pólvora, pelo menos no discurso. Disse que não iria dar cargos comissionados para os vereadores, mas faria as obras que o vereador requisitasse em troca da aprovação dos projetos. Diz que deu certo.
Difícil um político de direita pouco construído pelo marketing e pela cultura rançosa da elite. Kalil consegue escapar do raciocínio elitista dos políticos de direita. Pragmático, direto e original, Kalil credita seu sucesso eleitoral por ter feito o óbvio que todo político deveria fazer: levar melhores serviços públicos para a população.