.Por Glauco Cortez.
O candidato Rafa Zimbaldi (PL) iniciou a campanha eleitoral com uma propaganda que leva o eleitor a pensar que ele representa uma mudança em relação ao governo Jonas Donizette (PSB). Na sua publicidade diz: “mudança certa”, “vira a página” e outros truques de publicitários e marqueteiros.
No entanto, para quem não tem memória curta, Rafa Zimbaldi foi o principal escudeiro do governo Jonas quando foi presidente da Câmara.
Metaforicamente falando, Zimbaldi passava o trator em sessões extraordinárias, ou seja, comandava como presidente as sessões extraordinárias com tempo curto, que impediam o debate mais aprofundado com a sociedade, principalmente em caso de projetos impopulares. E foi assim que Campinas passou a pagar impostos mais altos. No caso, o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ITBI (quando compra ou vende um imóvel).
Em 2017, o então presidente da Câmara Rafa Zimbaldi passou um pacotaço de aumento para a população de Campinas, segundo expressão da imprensa na época (Link). Os aumentos foram propostos pelo governo Jonas Donizette.
O pacotaço foi aprovado a toque de caixa, em apenas 4 horas, em sessões extraordinárias, relembra a mídia na época (Link). O aumento de até 30% do IPTU atingiu cerca de 210 mil imóveis. Em alguns casos houve redução, mas o objetivo do governo foi aumentar os impostos para ter mais recursos. A cidade tem cerca de 470 mil imóveis.
Já o ITBI aumentou para 2,7%, quase dobrou. O comprador de um imóvel popular, de baixa renda, por exemplo no valor de R$ 100 mil, passou a pagar uma pancada: R$ 2.700,00 de imposto.
Os vereadores da oposição criticaram o rolo compressor comandado por Zimbaldi e pela base de apoio ao governo Jonas, em referência à convocação das sessões extraordinárias em regime de urgência.
Votaram contra o aumento de impostos os vereadores Carlão do PT, Mariana Conti (Psol), Marcelo Silva (PSD) e Tenente Santini (PSD). O então vereador, Pedro Tourinho (PT), que agora é candidato a prefeito e concorre com Zimbaldi, também votou contra(Link) Esses foram os únicos vereadores que votaram contra o aumento.
“É uma prática votar aumento de impostos na calada da noite em sessões extraordinários convocadas da noite para o dia sem discussão, sem audiência pública. E isso exatamente porque aumento de imposto é uma medida impopular, mas eu acredito que é uma metodologia ruim. […] A gente precisa aprofundar esse debate”, criticou a vereadora Mariana Conti (PSOL), segundo reportagem do G1 (link).