Após quase seis meses de atividades presenciais suspensas, o Museu de Arte Moderna de São Paulo anuncia a reabertura de seu espaço físico a partir de 13 de outubro. Ao longo do mês, o público poderá realizar visitas com entrada gratuita, mediante agendamento prévio no site do MAM (www.mam.org.br/ingresso). A retomada acontece em consonância com a orientação do Governo do Estado de São Paulo para as instituições culturais e também do anúncio feito em 9 de outubro pela Prefeitura de São Paulo de que a cidade entrou na fase verde. A reabertura segue um rigoroso protocolo de saúde e higiene implementado em colaboração com a equipe da Consultoria do Hospital Israelita Albert Einstein em ação de caráter pró bono, além de medidas de proteção estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e de órgãos brasileiros de Saúde Pública.

Yanomami, da série: A casa, 1974-76, Claudia Andujar

Medidas de saúde e higiene

A partir de um projeto estabelecido entre o MAM e o Einstein, uma equipe multiprofissional da organização realizou avaliação em todo o espaço do Museu a fim de implementar protocolos de segurança que visem mitigar os riscos de contaminação pelo novo coronavírus. A análise contemplou o fluxo de colaboradores do MAM, o espaço expositivo, o restaurante e a biblioteca da instituição, com recomendações sobre o público ideal para cada ambiente, sempre respeitando o distanciamento mínimo de 1,5 metro.

Os consultores do Einstein avaliaram também o uso do ar-condicionado e fizeram recomendações para garantir mais segurança para a saúde do público, dos colaboradores e prestadores de serviço do Museu.

O cuidado com a limpeza diária dos ambientes e dos equipamentos será redobrado e realizado continuamente, em especial nas portas, corrimãos, maçanetas, interruptores de luz, botões de elevadores, portas de vidro, catracas e outros elementos que têm contato frequente com as mãos.

Para entrar, todos devem ter temperatura corporal medida. Pessoas que apresentarem temperatura acima de 37,5ºC terão acesso restringido e serão instruídas a procurar atendimento médico. O uso de máscaras será obrigatório em todos os espaços do MAM.

Dispositivos de álcool gel serão distribuídos em diversos pontos estratégicos e de fácil acesso, como a entrada do Museu, salas expositivas, banheiros, dentre outros locais. Também haverá distribuição de máscaras descartáveis em casos de emergência (para público e para prestadores de serviços). O bebedouro público foi removido e a orientação é de que tanto os visitantes quanto colaboradores levem recipientes individuais de água.

Para o público que necessita de acessibilidade, o MAM oferecerá máscaras para leitura labial e luvas descartáveis para manipulação de obras tácteis liberadas ao toque. Dispositivos de audiodescrição e similares, de uso compartilhado, serão higienizados após cada utilização.

Os colaboradores e prestadores de serviços de atendimento ao público farão uso de equipamentos de proteção individual cedidos pelo Museu, como a máscara. E, para minimizar o contato físico direto do público com os colaboradores, o MAM instalou uma barreira de acrílico no balcão da recepção.

Visitação do público

O horário de funcionamento do MAM acompanhará a evolução das fases do Plano de Reabertura da Prefeitura de São Paulo e, neste início, o público poderá visitar de terça-feira a domingo, das 12h às 18h. As visitas serão organizadas em circuitos de hora em hora, com a última entrada às 17h30.

Os ingressos serão disponibilizados apenas online (http://www.mam.org.br/ingresso) e com hora marcada. O limite da capacidade de público dentro do espaço físico é 55 pessoas na sala Milú Villela e 15 na sala Paulo Figueiredo. Foi estabelecido também fluxo único de entrada e saída da instituição, respeitando as recomendações das instituições de governo. O fluxo unidirecional ajuda a evitar cruzamento de pessoas e, portanto, aglomerações. A entrada acontecerá pela recepção principal e a saída pela porta voltada para o edifício da Bienal.

Programação

Na reabertura, o público poderá conferir de perto três mostras inéditas. Trata-se de Antonio Dias: derrotas e vitórias, exposição retrospectiva de Antonio Dias (1944 – 2018), figura de singular trajetória na arte contemporânea brasileira e autor de uma obra multimídia, carregada de engajamento social e político, e de ironia e sensualidade. Com curadoria de Felipe Chaimovich, a mostra reúne obras emblemáticas, muitas delas raramente exibidas, todas advindas do acervo pessoal do artista.

O Poder, 1963, Antonio Dias

Em Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM – 20 Anos, o público será convidado a contemplar obras produzidas por artistas de diferentes gerações e linguagens artísticas, criações emblemáticas de nomes como Adriana Varejão, Berna Reale, Cláudia Andujar, Fernando Lemos, Nuno Ramos, Miguel Rio Branco e Regina Silveira – esta última, apresenta uma edição comemorativa de FLASH (2010). Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra presta homenagem ao fotógrafo, escultor e desenhista de origem baiana, Mário Cravo Neto (1947-2009), autor de uma extensa e celebrada produção fotográfica, e que terá uma obra inédita em exibição, uma fotografia de tiragem limitada que poderá ser adquirida por colecionadores interessados no site do MAM (http://mam.org.br/clube-de-colecionadores/).

roçabarroca, 2018/2020

No Projeto Parede – espaço entre o saguão de entrada do MAM e a Sala Milú Villela, será exibida a instalação roçabarroca (2018/2020), do artista mineiro Thiago Honório. O artista veste as paredes do corredor do prédio, reformado por Lina Bo Bardi, com taipa de mão e pau a pique, deixando-as em “carne viva”. O título da obra vem do livro e do poema “Roça barroca”, ambos da poeta e tradutora Josely Vianna Baptista (1957), que traduz o mito poético da criação do mundo da tribo indígena Mbyá-Guarani do Guairá a partir de cantos sagrados (e apresenta o poema “Roça barroca”), escrito pela autora anteriormente à tradução dos cantos. Ao unir as duas palavras, a grafia explicita elementos presentes na instalação, como roça, oca, oco, barro e barroca.

Atividades como cursos (http://mam.org.br/cursos/) e visitas mediadas (http://mam.org.br/visitas-educativas/) serão priorizadas no formato online, e as presenciais serão retomadas de forma gradual ao longo das Fases 3 e 4 do Plano São Paulo.

Biblioteca

Neste primeiro momento da retomada, o atendimento será por canais digitais e as visitas serão agendadas (http://mam.org.br/biblioteca/). O atendimento presencial ocorrerá quando não houver a possibilidade de suprir a necessidade de forma online, e pessoas do grupo de risco terão suporte preferencial. O período de permanência no espaço da biblioteca será controlado pelos colaboradores do Museu.

Para prevenir o contágio e disseminação do vírus, os colaboradores receberam orientações, como deixar itens devolvidos após empréstimo em período de quarentena de sete dias sem manuseio. O uso dos equipamentos eletrônicos, como computadores, deverá ser reservado pelo período máximo de uma hora e, após o uso, o equipamento e o local passarão por uma rigorosa higienização.

(Carta Campinas com informações de divulgação)