A programação da série Dança #EmCasaComSesc, realizada pelo Sesc São Paulo, traz na próxima semana as apresentações “Mu Ntûnda”, com a Nave Gris Cia Cênica, na terça-feira (15/9), e “verTigem”, com a Cia Gente, na quinta-feira (17/9). A série mostra novos trabalhos todas as terças e quintas, às 21h30, no canal do YouTube do Sesc São Paulo e no perfil do Sesc Ao Vivo no Instagram, sempre com uma apresentação ao vivo de dança direto da casa do artista.
Como seguir dançando? Por que dançar? O que dançar? Qual é a nossa resposta para a crueldade do mundo? A partir de questões como essas, a artista-intérprete Kanzelumuka, da Nave Gris Cia Cênica, criou o solo “Mu Ntûnda”, a ser apresentado na terça-feira (15/9). No silêncio do tempo, a bailarina rememora aqueles que vieram antes e dançaram, mesmo em tempos duros. Em sua “casa-ventre”, a obra vislumbra gestar futuros, fazer ecoar outras ideias, outros Brasis, a partir da partilha do íntimo. O espetáculo traz direção de arte, colaboração dramatúrgica e operação de câmera de Murilo De Paula e trilha sonora de Giovani Di Ganzá. A Nave Gris Cia Cênica é dirigida por Kanzelumuka, pesquisadora e professora de dança, bacharela em Dança pela Universidade de Campinas (UNICAMP), mestra e doutoranda em Artes pela Universidade Estadual de São Paulo (UNESP). A artista-intérprete pesquisa há 14 anos representações performáticas de origem banto – conjunto de povos na África Subsaariana – no Brasil e suas relações com as danças contemporâneas. As culturas afro-brasileiras e ameríndias estão presentes no trabalho do grupo como motores na pesquisa e produção artística. Classificação: 14 anos.
A Cia Gente apresenta na quinta-feira (17/9) “verTigem”, dando continuidade à estética do desequilíbrio, pesquisa presente no repertório do grupo. O espetáculo se reapropria de cenas de apresentações anteriores, buscando nesse ato um lugar de estranhamento e um diálogo para o movimento duplo, entre a primeira rotação de embriaguez do gesto e o burilamento no corpo de cada intérprete que teima em dançar a vida. Movimento agora também reconfigurado pelo isolamento social. A Cia Gente é um movimento de articulação entre artistas, educadores, gestores e profissionais de distintas áreas. A motivação da proposta está no reconhecimento da diversidade cultural, nas possibilidades criativas e, sobretudo, nos protagonismos que surgem desses trânsitos. “verTigem” será dançado pelos criadores-intérpretes Pedro Henrique Brum e Lucas Nunes. Brum é produtor, editor e diretor audiovisual e dançarino, com produções e estudos entre audiovisual e danças urbanas, e, em 2017, ganhou a eliminatória brasileira do festival internacional ‘Urban Films Festival’ com o curta metragem “Próxima Parada”, que dirigiu e roteirizou. Nunes atua em coletivos urbanos, nos quais realiza performances dentro de metrôs como geração de renda contínua e atuou em festivais internacionais como o “Visões Urbanas (SP, 2019) e a Bienal Sesc de Dança (Campinas, 2017). Classificação: 14 anos.
Sempre às terças e quintas-feiras, às 21h30, acontece uma apresentação de dança no formato de solos, duplas ou com mais integrantes – desde que estes já estejam dividindo o mesmo espaço neste período de quarentena – podendo ser coreografias inéditas, criadas para este espaço digital, trechos de obras ou adaptações de trabalhos existentes, de acordo com o espaço e proposta de cada obra. As apresentações têm duração de até 40 minutos. Dentro desta linguagem, a experiência das diversas edições da Bienal Sesc de Dança, que teve sua 11ª edição realizada em setembro de 2019, possibilita a expansão da atuação digital da instituição. A programação tem como foco abranger o maior número de vertentes e movimentos da dança, em suas expressões, diversidades e poéticas de corpos, dentro das muitas áreas de pesquisa, como a clássica, urbana, contemporânea, performática e experimental.
(Carta Campinas com informações de divulgação)