.Por Marcelo de Mattos.
Aponta contra os chapadões meu nariz. Sejamos todos humanistas, o verso, reverso, anverso ao anti-ódio, o antídoto pautado pela efeméride da elite neoliberal, sejamos verdadeiramente livres das arrogâncias do positivismo globalizado, do neopentecostal platinado ao jornalismo fraque-verniz.
O poeta Caetano Veloso, em recente entrevista ousou “desafinar o coro dos contestes”, anjo torto do nosso cancioneiro foi universalista, libertário ao desafiar, se contrapor ao conceito liberal supremacista, o docinho de coco das elites assépticas e da grande imprensa colonizadora e absolutista.
Caetano dá o tom e surge como um istmo entre as circunstâncias poéticas do seu pensamento plumário e a cruel brutalidade cotidiana que ora vivemos, com milhões de mortes afagadas pelo genocídio institucional, o cerceamento a direitos essenciais, a tirania fundamentalista, o racismo e desintegração do país embalado pela fácil narrativa hegemônica, pet-midiática.
As palavras de Caetano espraiam-se como um sol vertiginoso, nos alerta que não haverá (ou verás?) pais algum aquém/além do que sonha a nossa vã liberdade de consciência, a expertise de algoritmos aderentes à celebração das falsidades lavajatista, da barbárie justificada pelo Estado liberal. Este liberalismo tão exultado pelas elites verde-amarelas é uma farsa periférica do capitalismo, uma falange amorfa expansionista, brutal, escravocrata, celebrante da fome e guerras. Caetano Veloso, pega a visão, nos lembra que também morreu por ter pescoço o inventor da guilhotina.