Julho é o mês do aniversário da cidade de Campinas e para comemorar nada melhor do que falar sobre nossa gente e nossa cultura. Pensando nisso o projeto Culturar estará em suas redes com uma programação dedicada ao aniversário da cidade. 

(Foto: Fabiana Ribeiro)

Abrindo as comemorações a Mestra Cristina Buena do grupo de Caixeiras das Nascentes compartilha suas memórias. Durante o mês de julho, o canal  CulturAr da Casa de Cultura Itajaí estará com muitos representantes da Cultura Popular; o Mestre Griô Marcos Simplicio traz a Tiririca e Capoeira e ainda falará da sua passagem em diversos grupos da cidade, outra participante é Rosa Pires que carrega a tradição do Samba de Bumbo que, assim como o Jongo, é patrimônio cultural da cidade. Vanessa Dias falará  sobre a importância da Comunidade Jongo Dito Ribeiro na resistência da cultura tradicional em Campinas.

Também é destaque na programação uma entrevista com a Mestra e Rainha do Maracatu Ana Miranda contando sua relação com Raquel Trindade, a formação do grupo Urucungos, Puitas e Quijengues e toda a herança cultural. A bailarina e educadora Renata Oliveira que tem passagem por  grupos de cultura popular falará sobre a herança e a musicalidade corporal. A compositora pesquisadora da cultura popular Tatiana Rocha trará relatos importantes sobre a musicalidade e a cultura popular e tradicional. Bene Moraes falará da sua vivência dentro da cultura popular e Marcos Brytto trará a potência e dedicação do seu trabalho junto à cultura e a Casa de Cultura Aquarela.

Fabi Kabeluduru  trará  sua arte de mulher negra militante do hip hop em um bate-papo. Joana Schossler fala sobre o “Memorelas”, um jogo de memória com 15 mulheres brasileiras, de importante atuação pessoal e profissional criado por ela.

A programação do mês está muito especial, a doutora em Artes Visuais e mestre em História Social Sonia Fardin falará  sobre as crises sanitárias  enfrentadas pela população campineira: as epidemias de febre amarela, entre 1889 e 1896, e a pandemia de gripe espanhola, em 1918 e 1919; crises sociais e sanitárias ocorridas em momentos históricos distintos sob circunstâncias diferentes.

A Casa de Cultura Itajaí e a Casa Hacker  prepararam uma semana para falar sobre as casas, debates, exposição fotográfica virtual com a memória da Casa de Cultura e da região do Campo Grande.

Na última semana , haverá debates sobre a cidade e suas imagens com o professor Orestes Toledo e fotógrafos convidados.

(Foto: Divulgação)

Também o canal está propondo uma exposição virtual fotográfica sobre as imagens da cidade, a participação é aberta a todos os fotógrafos e fotógrafas que queiram participar.

Todas as entrevistas e bate-papos ao vivo são realizados com a participação aberta e interativa na qual o público pode perguntar e interagir em aulas de dança e em muitas atividades culturais inteiramente  gratuitas. O importante  diferencial do projeto é reconhecer e valorizar a produção dos fazedores e fazedoras locais.

A programação estará no canal do youtube ( www.youtube.com/c/CulturAr) e pode ser conferida no site (https://casahacker.org/culturar ) , no instagram (@culturarnasredes) e na página do face ( https://www.facebook.com/culturarculturaeeconomiacriativa/).

Veja abaixo mais detalhes da programação completa:

Julho

01 de julho – quarta-feira-  às 19h30

CRISTINA BUENO

Cristina Bueno é idealizadora e fundadora do grupo Caixeiras das Nascentes, coletivo popular de percussão que tem a música como forma de partilha e celebração, desde 2009. Nascida em Maringá (PR), durante a infância não teve morada fixa, sendo o local que ficou por mais tempo o Morro da Água Santa, no Rio de Janeiro. Anos depois, mudou-se para Barão Geraldo, distrito de Campinas (SP), onde criou raízes.

A trajetória das Caixeiras teve início com o primeiro contato de Cristina com a Festa do Divino — no Maranhão — em 1993, onde um grupo de mulheres tocava tambores. Até a formação efetiva das Caixeiras das Nascentes percorreu-se um longo caminho repleto de oficinas de caixa, encontros com inúmeras mulheres e até com a formação de um grupo precedente, as Caixeiras da Guia (2003–2007).

O grupo é inspirado também nas Congadas de Minas Gerais e São Paulo e tem grande influência da cultura católica, sendo muitas das suas apresentações realizadas em festas ligadas à comemorações religiosas. A relação próxima com o mundo espiritual, com o amor e o sagrado feminino da cultura popular são inerentes ao coletivo. Cristina acredita que as divindades habitam cada uma das mulheres, independentemente da religião. Em suas palavras, “a minha força espiritual vem daí; do cuidado, do carinho, de poder ver e sentir a força de mulheres que não se imaginavam tocando um instrumento e agora se encontram com o ritmo. Semeamos todos os lugares onde vamos com a nossa baqueta, com o nosso tambor e canto, com a nossa energia, com nosso coração, com nossa espiritualidade, luz, paz e amor. Cada uma traz essa força. Sozinha nem pensar!”

A programação estará no canal do youtube ( www.youtube.com/c/CulturAr)  e pode ser conferida no site (https://casahacker.org/culturar ) , no instagram (@culturarnasredes) e na página do face ( https://www.facebook.com/culturarculturaeeconomiacriativa/).

03 de julho – sexta-feira às 19h30
TATIANA ROCHA

Nascida em Niterói, criada em Salvador e mora em Campinas a quase três décadas.

Arte educadora, musicista, compositora e pesquisadora da cultura popular.

Cantora e violonista.Escritora.

Tem dez cd’s gravados e um dvd e acabou de lançar o romance Brigada de Oxalá.

É idealizadora e coordenadora do “Samba de Yayá”, projeto iniciado em 2012 e que tem como intuito  difundir e apresentar o samba de roda.Em 2015 teve projeto aprovado pelo FICC- Fundo de Investimento Cultural de Campinas  para circulação do show Samba de Yayá.

É a responsável pela Botica de Yayá, produtos criados a partir de ervas e óleos essenciais, totalmente naturais e artesanais.

06 de julho – segunda-feira às 19h30

SONIA FARDIN

Crises sanitárias em Campinas, reflexões sobre sua história

“ Não é a primeira vez que a população de Campinas enfrenta uma crise sanitária semelhante a que está instalada desde março último. Faço referência  às epidemias de febre amarela, entre 1889 e 1896, e a pandemia de gripe espanhola, em 1918 e 1919; crises sociais e sanitárias ocorridas em momentos históricos distintos sob circunstâncias diferentes, já  debatidas sob perspectivas teóricas diversas. 

Hoje, em meio a inaceitável perda humana que vivemos, devido às posturas de um governo genocida, há muita especulação sobre os danos na economia e também uma possível mudança estrutural na forma de organização da sociedade.

Porém, o que será do amanhã ainda não sabemos com exatidão, mas sabemos que a História  é feita de lutas .É dessa perspectiva, da História como construção humana demarcada pela luta de classes que penso ser necessário fazer algumas indagações sobre como as crises  anteriores se deram e como foram gerenciadas, na busca de iluminar o que se apresenta hoje e o que entendemos ser  o desafio do momento “pós pandêmico”. “

Doutora em Artes Visuais (IA-UNICAMP – 2016 ) e mestre em História Social (IFCH-UNICAMP 2001). Atua em pesquisa e curadoria de acervos visuais e museologia social. Foi diretora do Museu da Imagem e do Som de Campinas (1995-2002), diretora do Departamento de Memória, Patrimônio e Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas (2002-2004), curadora do Acervo Thomaz Perina (2007-2011), curadora do acervo fotográfico do Museu da Imagem e do Som de Campinas (2013 – 2017).

08 de julho – quarta-feira às 19h30

JOANA SCHOSSLER

Historiadora. Doutora em História pela UNICAMP. Professora. Atualmente é professora substituta no IFSP-Capivari. Sonhou, idealizadora e criou Memorelas em parceria com outras mulheres.

Memorelas é um jogo de memória com 15 mulheres brasileiras, de importante atuação pessoal e profissional. Memorelas foi criado por Joana Schossler e ilustrado por Joana Heck, que criou traços e cores personalizadas para esse lindo jogo. Memorelas possui três ou mais possibilidades de brincar, além de duas peças para você desenhar a mulher que mais admira e um livrinho com informações sobre quem são elas.

10 de julho – sexta-feira às 19h30

FÁ KBELUDURU

Fá Kbeluduru,mulher negra cantora e compositora, militante do movimento Hip Hop e entrevistadora de periféricos da arte na culinária que conta histórias

13 de julho – segunda-feira – às 19h30

VANESSA DIAS/ JONGO DITO RIBEIRO

Vanessa Dias é Mulher Negra, Jongueira da Comunidade Jongo Dito Ribeiro, integrante do coletivo gestor da Casa de Cultura Fazenda Roseira, religiosa de Matriz Africana Umbandista, uma das mobilizadoras do Coletivo da Juventude de Terreiro RMC, formada em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, especialista na área de Matriz Africana pela FACIBRA, mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação da UNICAMP vinculada ao grupo GEPEJA, articuladora da Rede Articula Juventudes e trabalhadora do SUAS no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sociedade Educativa de Trabalho e Assistência (SETA).

15 de julho – quarta-feira às 19h30

RENATA DE OLIVEIRA

Bailarina e arte-educadora, Renata de Oliveira teve seu primeiro contato com o Folclore, com a Cultura Negra e suas manifestações em um curso de extensão no IA/Unicamp, com a artista plástica e folclorista Raquel Trindade; curso que gerou posteriormente o Grupo de Danças Folclóricas e Teatro Popular URUCUNGOS, PUÍTAS E QUIJÊNGUES; de Campinas – SP).

Atuou como bailarina e coreógrafa no Urucungos por 18 anos, onde, paralelamente intensificou suas pesquisas buscando em outras fontes estudar e vivenciar as raízes da cultura negra, tendo bastante contato com o Candomblé e com as Danças dos Orixás.

Cursou a Faculdade de Artes Corporais – Unicamp, em 1992, ampliando os horizontes da dança, das pesquisas e do conhecimento.

Seu projeto particular sempre foi o de vivenciar, dançar, cantar e compartilhar o que aprendeu com a Cultura Popular.

Atuou e atua como parceira em vários grupos de cultura popular de Campinas (Casa de Cultura Tainã, Savuru, Jongo Dito Ribeiro, Capoeira Angola Crispim Menino Levado, Pastoril de Jornada – Campinas, Bloco Cultural União Altaneira entre outros).

Teve a oportunidade de mostrar seu trabalho em Centros Culturais, escolas, grupo de percussão e universidades na Espanha.

 Assim, através de oficinas, cursos extensivos e dançando aprimora sua vivência como docente, coreógrafa e bailarina e também como amante da nossa cultura popular.

17 de julho – sexta-feira às 19h30

MESTRE MARCOS SIMPLICIO e ROSA PIRES

Mestre Griô Marquinhos Simplício, pedagogo, mestre de capoeira, cultura popular e tradição oral com uma trajetória de 40 anos. Desde de 2008 ele é integrante da Comissão Nacional de Griôs, Mestres e Mestras da Tradição Oral do Brasil.

ROSA PIRES

A pedagoga Rosa Pires Sales se aproximou da cultura enquanto ainda estava na faculdade, quando iniciou a monitoria no Centro de Cultura e Arte do Museu da PUC – Campinas, na década de 80. 

Foi no museu que conheceu Alceu Estevam, atuante na área do teatro e outras manifestações culturais, além de participante do grupo Urucungos, Puitas e Quijengues, com quem se casa e tem duas filhas, Poliana e Alice, anos depois. Lá também, foi apresentada ao Samba de Bumbo. 

Alceu foi um dos responsáveis pelo resgate do Samba de Bumbo –  juntamente com outros integrantes do grupo- e incluí-lo nas pesquisas, práticas e apresentações do Urucungos.

Após Alceu, Rosa passa a integrar o grupo, sempre ativa nas atividades e apresentações culturais. Ela também atua nas pesquisas sobre o Samba de Bumbo, dentro do coletivo, além de produzir o documentário “As Matriarcas do Samba de Bumbo”.

Junto do marido, Rosa iniciou os estudos e deu entrada na documentação para que o Samba de Bumbo – legado da família Estevam – tivesse o processo de registro como patrimônio imaterial de Campinas. 

Atualmente, Rosa é viúva (Alceu Estevam faleceu em 2018). Após a morte do marido,  ela assumiu a missão de manter vivo o legado e também continua como integrante do Urucungos.

ANA MIRANDA (data a confirmar)

A campineira Ana Maria Miranda, filha de uma tradicional família de sambadores de bumbo do bairro São Bernardo, foi criada envolta à música. É co-fundadora e participante dos Urucungos desde o início, em 1988. Ela conta que entre as lembranças mais fortes sobre a infância estão os almoços na casa dos avós paternos, seguido dos sambas de bumbo e samba de roda, junto de toda a família. 

De 20 a 25 de Julho

CASA DE CULTURA ITAJAÍ  e CASA HACKER

Especial da Casa de Cultura Itajaí e Casa hacker com a sua história, memória  e exposição virtual. 

27 de de julho – segunda-feira – às 19h30

BENE MORAES e MARCOS BRYTTO

BENE MORAES

Mestre  da cultura popular, Bene Moraes  tem em uma jornada  o legado de Raquel Trindade. Ele é o fundador do Grupo Savuru.

MARCOS BRYTTO

Teatrólogo, dramaturgo, pianista, violonista e professor de canto. Dirigiu 52 espetáculos com inúmeras premiações na categoria direção e melhor ator/atriz.

Ministrou o Projeto Oficina Mãos e Criação atingindo 600 escolas da região Metropolitana de Campinas e o Projeto Oficinas Interativas Brasil 500 como diretor e idealizador, atingindo diretamente 280 escolas nos SESC e SESI da Capital e Campinas e Região. Dirigiu 28 espetáculos na categoria adulto e 11 infantis e diversos curtas na categoria dança e música.

É membro da AAESP – Associação de Arte Educadores do Estado de São Paulo, presidente do Coletivo Aquarela de Educação, Cultura e Arte (Uniaquarela), do qual a Univida integra, é coordenador teatral e professor da Univida.

29 e 31 de julho 

As imagens da Cidade
debate com fotógrafos  e fotógrafas da Cidade

participação de Orestes Toledo

Exposição Virtual
Campinas, suas cidades e suas imagens 

Campinas: interpretações sobre as formas da vida na cidade

A cidade  é mais do que seu limite geográfico dado por bairros e regiões. Ela é toda interligada por laços invisíveis que fazem parte do imaginário, dos saberes coletivos das pessoas. São elas os personagens e protagonistas, cujas versões de acontecimentos cotidianos se fazem memória enquanto construção social.

A partir dessa visão de cidade e para comemorar o aniversário de Campinas, o projeto CulturAr da Casa de Cultura Itajaí propõe uma mostra fotográfica virtual a partir do ponto de vista e nos termos dos moradores e de suas imagens captadas em fotografia. O foco da exposição são as pessoas que são

1- Nas trilhas da cidade  A cidade e seus caminhos, lugares e memórias.

2- Saberes e fazeres – A cidade e  as pessoas com seus saberes e fazer

3- A cidade invisível – A cidade que vai além da divisão administrativa que se interliga. Também é cidade  que pulsa e ninguém vê ou não que ver.

4- A cidade imaginária- A cidade que traz esperança. A cidade que nos faz ter fé.

As fotos devem ser SEM MARCA D’AGUA ou ASSINATURA, o nome da foto, autor e data devem ser o nome do arquivo.

Ex. cidadeimaginaria_joaodasilva-27abril.jpg

Dimensões: 4500 px ou 30cm a aresta/lado maior – 150dpi em RGB , extensões jpg, tiff

 A programação estará no canal do youtube ( www.youtube.com/c/CulturAr)  e pode ser conferida no site (https://casahacker.org/culturar ) , no instagram (@culturarnasredes) e na página do face ( https://www.facebook.com/culturarculturaeeconomiacriativa/).

(Carta Campinas com informações de divulgação)