.Por Verônica Lazzeroni Del Cet.
Na Bahia, um projeto vem mudando a vida de mulheres sertanejas, por meio de oportunidades para elas alcançarem os seus sonhos. O projeto, ‘Forte Severina’, com atuação na Comunidade Raso, em Canudos, Bahia, já atraiu a atenção e participação de mulheres que sonham em conquistar espaço, além do desejo em incrementarem a renda mensal e oferecer uma melhor condição de vida à própria família.
“O principal objetivo do Ateliê é poder proporcionar a essas mulheres oportunidade e ferramentas para que elas consigam alcançar seus sonhos”, explica Débora Souza dos Santos, 29, a coordenadora do ‘Forte Severina’.
O projeto – que surgiu em 2019 – contou com a participação de 17 mulheres sertanejas que tinham vontade em mudar suas histórias, na região de Canudos. Atualmente, o projeto conta com a participação de 13 mulheres na realização das atividades, que no momento consistem na costura de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), para profissionais da saúde de dois municípios, para a própria comunidade e comunidades circunvizinhas da Bahia.
“Antes da pandemia, eram produzidos panos de prato, artesanatos, roupas e vendíamos esses materiais em feiras de artesanato, principalmente na vinda de pessoas para a comunidade. Quando iniciou o isolamento, e aumentou a procura por EPIs, nos disponibilizamos a produzir máscaras. Já produzimos 500 máscaras descartáveis para doação e, depois dessas doações, chegaram mais pedidos”, conta Débora dos Santos.
O projeto ‘Forte Severina’ já conquistou muito reconhecimento durante o curto período de atuação, chegando, inclusive, a ganhar máquinas de costura para as participantes – sendo todas elas doadas – além do reconhecimento adquirido, por meio de outro projeto, que reforçou a importância do ‘Forte Severina’.
O ‘Projeto Canudos’, outra forte iniciativa que exerce suas atividades em solo baiano, reconheceu a força dos sonhos das mulheres participantes do ‘Forte Severina’, passando a auxiliar tais mulheres. “A primeira conquista foi o ‘Projeto Canudos’ acreditar no nosso sonho, empenhando esforços para conseguir máquinas de costuras, pois haviam 17 mulheres tentando aprender a costurar com duas máquinas emprestadas, em um espaço, então, com doações de apoiadores do Projeto Canudos e a Talissa Pires, sete máquinas novas foram doadas. Isso aconteceu em outubro de 2019. Logo em seguida, com a repercussão do trabalho a marca Singer enviou mais seis máquinas de costura”, diz a coordenadora, Débora.
“Depois veio a reforma do espaço onde trabalhamos, graças ao diretor do ‘Projeto Canudos’, que se esforçou em busca de recursos para a reforma do espaço, que estava super degradado, para que as mulheres pudessem ter um espaço apropriado e, graças a Deus, ao ‘Projeto Canudos’, aos voluntários e a comunidade que fez mutirão para a reforma, nós temos um espaço para trabalhar”, conta Débora.
Além disso, o projeto contou com a participação, durante atividades específicas, de grandes nomes, como estilistas, médicos e pesquisadores artísticos.
“Já tivemos oficinas com Priscila Lobo, trabalhando sobre a autoestima das mulheres e empoderamento feminino. A administradora Talissa Pires, de Florianópolis e dona da famosa Usina do Hamburguer, trazendo para o grupo noção de como funciona um negócio social. O estilista Maurício Duarte que trouxe para o grupo técnicas de pintura, cortes e costura e muita esperança para as mulheres do grupo, ao contar sua trajetória. E tivemos palestras com médicos, logo no início da pandemia, falando sobre a o Corona vírus e as formas de prevenção, além de aulas de maquiagem com a Lidiane Ribeiro”, relata Débora dos Santos.
O que continua nutrindo os sonhos e a vontade de todas as mulheres participantes é a perspectiva de um futuro melhor. “Quero dar conforto e educação para meus filhos, luxo não, porque luxo quando eles crescerem elas correm atrás”, diz uma das participantes, Eva Maria, de apenas 24 anos.
A possibilidade oferecida a essas treze mulheres trata sobre a chance de serem autoras de suas próprias histórias e conta com a formação e capacitação delas. Dentre as participantes, há mulheres jovens, como Manuela Gama, de apenas 16 anos, e de Tamires Guimarães, jovem de apenas 18 anos. “Nosso objetivo é que na construção do ateliê (hoje usamos um espaço adaptado) tenha um espaço específico para crianças, para que elas possam ter reforço escolar e reforço alimentação nesse espaço”, finaliza Débora dos Santos, a coordenadora do ‘Forte Severina’.
Conheça mais sobre o Ateliê Forte Severina, pelo Instagram: @forteseverina