.Por Susiana Drapeau.
Quem estuda só um pouquinho de história sabe que o argumento de base geneticista é um argumento nazi-fascista porque é enganoso e não corresponde à verdade. Aliás, geneticamente só existe uma raça humana. Isso já é um consenso na ciência atual que não existia na Europa dos anos 30, quando surgiram os movimentos nazi-fascistas.
O geneticista Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, lembra que a noção de raças humanas é tóxica. “Como uma casca de banana, o conceito de raça é vazio e perigoso. Vazio, porque sabemos que “raças humanas” não existem como entidades biológicas. Perigoso, porque o conceito de “raça” tem sido usado para justificar discriminação, exploração e atrocidades”, disse em entrevista ao Uol.
Essa semana, os infanto-intelectuais do Youtube soltaram mais essa: “os negros cometem mais crimes, então é “instintivo” o racismo dos brancos. Bastava uma busca na internet para saber que esse pensamento é falso e ignorante, ou seja, ignora o conhecimento.
Seria o mesmo que pensar que os brancos do Brasil são mais corruptos do que os negros. O que parece verdade, mas não é.
Se você olhar para os grandes casos de corrupção nos últimos 50 anos no Brasil, vai notar que mais de 90% dos envolvidos em corrupção no Estado brasileiro são brancos.
Pegue por exemplo, os casos de corrupção do Banestado (US$ 24 bilhões foram remetidos ilegalmente do antigo Banestado (Banco do Estado do Paraná) para fora do país por meio de contas de residentes no exterior, as chamadas contas CC5.), Vampiros da Saúde (Empresários, funcionários e lobistas do Ministério da Saúde desviaram dinheiro público fraudando licitações de derivados do sangue para hemofílicos), banco Marka, TRT de São Paulo, os chamados mensalão tucano e petista, etc, etc. Mais de 90% são brancos envolvidos.
Se 50 anos for pouco, você olha para os grandes casos de corrupção no Brasil nos últimos 100 anos vai ver que são protagonizados quase que exclusivamente por brancos. Daí dizer que os brancos são a causa da corrupção é algo espantoso em termos de estupidez cognitiva.
Para divulgar e permitir que tais análises estúpidas sejam expostas, é preciso ter um movimento político para condenar o pensamento e a reflexão crítica presente nas ciências humanas como história, sociologia, filosofia etc.
Mas essa não deveria ser uma questão das ciências. Bastaria uma boa escola no ensino fundamental e médio para evitarmos tais “tropeços” analíticos que servem para sustentar a desigualdade social.