O grupo de apoio ao governo Bolsonaro, cada vez mais restrito e cada vez mais ligados a militares da reserva, já deixa claro que está disposto a colocar o país diante de uma guerra civil e atropelar a Constituição se for necessário para se manter no poder.
No vídeo da reunião do último dia 22 de abril, Bolsonaro defendeu abertamente as ideias de Mussolini, de que o povo se arme para confrontar, entre outras coisas, as medidas de governadores e prefeitos visando combater a proliferação do novo coronavírus no país.
Essa foi a postura do ditador fascista Benito Mussolini, na Itália dos anos 30, às vésperas da segunda guerra mundial. A imagem de reportagem do jornal Correio da Manhã de 1937, com a frase de Mussolini, viralizou na Internet nesta segunda-feira, 25 de maio.
Na reunião, Bolsonaro exigiu do então ministro da Justiça, Sergio Moro, uma portaria para facilitar o acesso a armas pela população. “Se eu fosse ditador, eu queria desarmar a população”, disse Bolsonaro repetindo o ditador Mussolini e invertendo mais uma vez a realidade e a história, durante a reunião divulgada na sexta-feira por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A reunião também deixou claro que não existem opositores, mas inimigos a serem eliminados. A gravação, divulgada por decisão do ministro Celso de Mello do STF, reforça a tese de que o Bolsonaro quer evitar a investigação na Polícia Federal para blindar os filhos e amigos, além de apontar uma quantidade grande de frases agressivas de ministros.
Quando, entretanto, procuramos a reportagem inteira (Onde se lê: Uma oração do Dulce ouvida por cem mil Sicilianos), encontramos uma argumentação contrária à do atual Presidente do Brasil.
Vejam, por exemplo, o último parágrafo, que enterra de vez mais essa falsificação criminosa:
“Quando falamos em ‘povo’ queremos dizer ‘Estado’, porque só o Estado representa os interesses do povo através da gerações”.
Assim como no caso de Chavez, trata-se de armar “o povo” contra o inimigo externo. Ou seja, trata-se de armar o Exército.
Para o leitor/ouvinte bem alfabetizado, as falas do PR Jair Bolsonaro (e as do Ministro da Educação, contra Brasília) diziam precisamente o contrário.
Pode ser vista no link:
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FONTE: ACERVO DA BIBLIOTECA NACIONAL. Clique para acessar o arquivo completo: http://memoria.bn.br/pdf/089842/per089842_1937_13115.pdf
Essa análise do LEX é no MÍNIMO INFANTIL em termos sociológicos, históricos e, epistemológico, por vários motivos:
1. a análise parte do princípio de que Mussolini faz um discurso puro e verdadeiro. O que é um espanto.
2. A análise se atém de forma rasa à uma reportagem e não ao histórico de ação miliciana dos fascistas, fartamente documentada.
3. Um historiador que se preze não deixaria escapar o uso de “povo” e “Estado” como sinônimos pelo ditador.
4. Um historiador que se preze não traduziria povo + Estado = Exército. (Engraçado que é essa equação que se vê no discurso dos Bolsonminions)
4. Daqui a 100 anos esse mesmo analista usaria um discurso de Bolsonaro que diz, “somos a maioria”, e acreditar que isso condiz com quantidade de pessoas e não com poder armado e agressivo.
A internet instalou o pseudo-cientificismo no Brasil