O coronavírus provocou um grande aumento do uso de bicicleta no Reino Unido, relata reportagens de vários veículos de comunicação da Inglaterra. O medo de pegar o coronavírus nos transportes públicos ajudou a levar a uma explosão no uso de bicicleta, principalmente no trajeto casa-trabalho.
O uso nesses trajetos teve um aumento de 200% somente nas pessoas que trabalham em serviços de emergência. Além disso, toda a cadeia do setor registrou grande aumento de vendas em todo o Reino Unido, fazendo uma das empresas do ramo ter aumento de 23% no valor das ações.
A venda de bicicletas em algumas lojas teve aumento estrondoso. Algumas estão lutando para atender à demanda. De acordo com reportagem da BBC, a Broadribb Cycles em Bicester normalmente comercializa cerca de 25 bicicletas por semana, mas o gerente Stuart Taylor diz que a loja está vendendo 50 bicicletas por dia e vendo um aumento proporcional na demanda de outros serviços.
“Está ficando louco”, disse ele à BBC. “As pessoas estão arrastando bicicletas para fora dos galpões e garagens e descobrindo que precisam de pneus e cabos novos. Isso agitou o mercado de peças de bicicletas.
Londres agiu diferente de São Paulo, que decidiu reduzir o plano visionário do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), quando implantou ciclovias por toda a cidade entre 2013 e 2016.
Em Londres, a prefeitura começou uma transformação quando começou a investir cerca de 116 milhões de libras entre os anos de 2010 e 2011 na infraestrutura ciclística, em treinamento, promoção e educação.
Até 2011, a prefeitura de Londres havia implantado 40 km de ciclovias, 94 pontos de parada, 46 junções de faixas, 39 espelhos de segurança, além de 2.372 vagas de estacionamento para bikes e 1.362 horas de aulas de ciclismo. Os planos para o futuro da capital eram ainda mais ambiciosos na época, com o objetivo de aumentar em 400% o número de ciclistas. Norman Foster, conhecido pelas obras de arquitetura de alta-tecnologia, apresentou um plano de 220 quilômetros de ciclovia em Londres, conforme noticia o Guardian.
Em São Paulo, desde o início da gestão do PSDB (João Dória e Bruno Covas) na capital, em 2016, nenhum quilômetro de ciclovia foi criado (Link). Pelo contrário, houve redução nas ciclovias e ciclofaixas criadas na gestão petista de Fernando Haddad.
Em 2017, ativistas protestaram contra a proposta do então prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de retirar algumas das ciclovias da cidade e substituí-las por ciclo rotas, onde o tráfego de bicicletas é compartilhado com o de carros. Os cicloativistas também protestaram contra o aumento da velocidade dos carros nas marginais da cidade.(Link)