.Por Susiana Drapeau.
Estamos vivendo uma nova era. A era dos extremos idiotas. Nem o grande historiador Eric Hobsbawm poderia imaginar.
Ou seja, não basta ser idiota, nós precisamos ser extremos idiotas
Idiota somos todos nós, com nossos enganos, equívocos, erros diante da política, da sociedade, do amor e da cultura.
Os idiotas do cotidiano têm uma pequena alma ou um pequeno superego, que os fazem calar diante de uma tragédia, de um acontecimento grandioso.
O extremo-idiota não tem qualquer limite, ele continua impassível diante de todas as advertências, é algo desgovernado, sem freio, sem reflexos, sem luz.
O extremo-idiota está empoderado, forte. Nada o abala, nada o contesta, nada o faz pensar, refletir, duvidar.
O extremo-idiota acredita falar direto com Deus, por isso não precisa de nenhum conhecimento, ciência, técnica ou reprodutibilidade. Por acreditar falar com Deus, ele não tem contradição. Ele é incapaz da intersubjetividade produtiva.
O extremo-idiota não se contenta com o que é passível de discussão, como fazem os simples idiotas.
Ele se torna especialista, teórico, empirista e pesquisador de algo que nunca estudou, pensou ou sequer imaginou na vida.
Ele se torna médico sem nunca ter estudado medicina.
Ele se torna psicólogo, cientista político, sociólogo, engenheiro, químico, biólogo, matemático sem nunca ter estudado nada disso.
Nelson Rodrigues profetizou que os idiotas dominariam o mundo. Ainda não chegaram a tanto, apenas o Brasil está dominado.
Mas o que Nelson Rodrigues não profetizou foi essa mutação mais virulenta e terrível: a era dos extremos idiotas. A era dos gênios da escuridão.
One thought on “Cloroquinions: a era dos extremos idiotas”