Com a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, nesta sexta-feira, 24 de abril de 2020, Jair Bolsonaro afasta o segundo delegado da Polícia Federal quando as investigações de corrupção ou crimes chegam perto de seus filhos. Com praticamente todos os filhos envolvidos em investigações, Bolsonaro parece que historicamente transformou seus filhos em sua galinha dos ovos de ouro, seus operadores políticos. E, por isso, as ações para evitar toda e qualquer investigação.
Em agosto do ano passado, temendo o avanço das investigações contra seu filho, o senador Flávio (PSL-RJ), Jair Bolsonaro (PSL) afastou o superintendente da Polícia Federal do Rio, Ricardo Saadi. Essa foi a primeira vez que um comandante da PF foi afastado por decisão presidencial, segundo reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta sexta-feira (16).
Saadi não não tinha ingerência direta sobre as investigações de envolvimento do clã Bolsonaro com milícias cariocas, mas atuava em sintonia com os responsáveis pelo caso. Aliados do governo ouvidos pela Folha afirmaram que Bolsonaro temia que as investigações contra seu filho Flávio atingissem sua imagem.
As suspeitas contra Flávio tiveram início em dezembro, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações atípicas do ex-assessor Fabrício Queiroz.
No caso de Valeixo, segundo comandante da PF afastado por Bolsonaro, o Correio Braziloense revelou que o objetivo e blindar o filho Carlos Bolsonaro. Segundo o Jornal, policiais que trabalham no inquérito que, no STF investiga as fake news e ataques contra o STF e contra o Congresso garantem que o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, é o mentor de todos os ataques que foram disparados contra as instituições.
Além disso, a mesma equipe que trabalha na investigação aberta pelo Supremo para apurar Fake News vai investigar o inquérito que apurará os responsáveis pelas manifestações pró-ditadura, nas quais Bolsonaro foi a grande estrela.
Suspeita-se que Carlos Bolsonaro também esteja por trás do movimento que defende o fechamento do STF e do Congresso e a volta do AI-5. Os policiais federais dizem que não vão economizar nas investigações, destaca o Correio
A manobra de Bolsonaro pode não dar certo, os agentes da PF já teriam um amontoado de provas contra os ataques ao Supremo e à democracia.
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