Eduarda, 18 anos, não fumava e não tinha doenças preexistentes

.Do Facebook de Fernanda Paulmann.

Eduarda, 18 anos, não fumava, não tinha doenças respiratórias e nem preexistentes, em resumo, não estava no grupo de risco.
Um detalhe importante: estava cumprindo a quarentena devidamente isolada há mais de um mês, desde quando foi decretada a necessidade do isolamento social.

Eduarda (foto rede social – reprodução)

Antes disso, só frequentava as aulas na UERJ e utilizava o metrô como meio de transporte.
Apresentou sintomas como falta de ar e dor nas costas e ao procurar o Hospital Carlos Chagas foi diagnosticada com tuberculose, pneumonia, etc.
Na sua penúltima ida ao hospital acabou ficando internada, teve 1l e 200ml de água drenada do seu pulmão, fez o teste para o COVID-19, no dia seguinte recebeu alta médica e obteve como orientação a necessidade de fazer a utilização de antibióticos por um período de 10 dias.

Eduarda se medicou nos 10 dias corretamente, conforme orientado.
Por 12 dias permaneceu aguardando o resultado do teste realizado para verificar a suspeita do COVID.
ISSO MESMO: DOZE DIAS!
Mas cadê o resultando que a mídia informa que fica disponível em até 48 horas?
O hospital não sabe informar e o laboratório muito menos.
Nesses dias de luta incessante por uma informação tudo o que foi dito era que tinha que aguardar.
E Eduarda aguardou…

Ontem Eduarda se queixou de falta de ar e dor nas costas, mais uma vez, e foi levada à uma clínica particular.
Foi examinada e encaminhada com urgência para um hospital de emergência.
Sendo assim, pela quarta vez Eduarda deu entrada no Hospital Carlos Chagas.
Ontem ficou internada e hoje veio a falecer. Infelizmente.
Eduarda aguardou. Aguardou tanto que hoje não está mais entre nós.
Eduarda tentou obter um tratamento, ou melhor, ela tentou ter ao menos um diagnóstico adequado, mas faleceu sem saber o resultado do exame, sem saber o que de fato tinha.

E nós, da família, permanecemos querendo saber!
Na certidão de óbito consta causa indeterminada por derrame pleural.
Até quando? Quantos mais? Eu me pergunto e espero que vocês se perguntem, também!
Até quando vão maquiar o resultado para as estatísticas?
Até quando será negado a nós o mínimo de informação?
Até quando haverá negligência médica?
Até quando vocês vão achar que tudo isso não passa de exagero e que é somente uma “gripezinha”?
Vocês estão realmente preocupados com a economia?
Somos mais que números, somos vidas!
A dor se faz presente e a revolta da mesma forma.

Que Eduarda (nossa Maria, nossa Duda) descanse em paz! (Do Facebook de Fernanda Paulmann)


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