Os professores da Unicamp decidiram, em assembleia nesta quarta-feira, 11 de março, aderir à Greve Nacional em Defesa da Educação, do Serviço Público e da Democracia no chamado #18M, dia 18 de março. Os docentes também apontaram para a possibilidade de uma greve geral das universidades por tempo indeterminado.
Os professores decidiram também participar de atos públicos e realizar diversas ações e debates ao longo da semana do dia 18, promovendo dentro da universidade a Semana em Defesa da Educação e da Universidade Pública.
As atividades ocorrerão em conjunto com os trabalhadores, estudantes e pesquisadores. No #18M, será realizado o evento Arte e Ciência na Praça, das 14h às 17h, no Largo do Rosário, no centro de Campinas, com aulas públicas, intervenções artísticas e apresentação de trabalhos e pesquisas realizadas por diversos setores da universidade. E, das 17h em diante, todos se unirão no ato público e na passeata pelas ruas centrais da cidade, ao lado de um grande número de entidades ligadas à educação, ao serviço público e a outros segmentos da sociedade, que já confirmaram a participação nos atos.
Para o presidente da ADunicamp, Wagner Romão, a greve geral deve ser um grito em favor da democracia. “O 18M começou a ser organizado no final do ano passado, inicialmente apenas por entidades ligadas à educação, com a proposta de uma Greve Nacional em Defesa da Educação. Mas passou a receber apoio das principais centrais sindicais, de sindicatos de servidores públicos e de entidades representativas dos mais diversos setores da sociedade. Assim, o movimento foi ampliado em protesto contra as perdas de direitos sociais e trabalhistas, em defesa do serviço público e em defesa da democracia”, afirmou Wagner Romão .
A Semana em Defesa da Educação e da Universidade Pública, como um extensão do #18M, será iniciada na próxima segunda-feira. A ADunicamp propõe aos docentes e à comunidade universitária que parte das aulas seja utilizada para a realização de discussões a respeito dos ataques ao ensino público e os impactos dos cortes de recursos nas universidades e institutos públicos de pesquisa. Estes devem se dar também em outros espaços abertos da Unicamp. A ideia é alertar a comunidade para a necessidade de mobilização para resistir, recuperar terreno e avançar na defesa da educação e da universidade.
No dia 17, a partir das 17h30 e com previsão de encerramento às 19h, será realizado um ato público no Teatro de Arena da Unicamp para discutir a educação e a universidade pública, para que todos possam ter seu espaço de manifestação.
Greve nacional
A assembleia discutiu também a possível construção de uma greve nacional da educação por tempo indeterminado, a partir de deliberação do Congresso do Andes-SN, que é o sindicato nacional dos docentes. A assembleia discutiu longamente a viabilidade de mobilizações neste sentido e aprovou vários pontos sobre o tema, que serão apresentados pela diretoria da ADunicamp na próxima reunião dos setores das instituições federais e estaduais de ensino superior, que ocorre no próximo final de semana, dias 14 e 15 de março em Brasília.
Duas moções
Por sugestão do plenário, a assembleia votou e aprovou duas moções que deverão ser amplamente divulgadas pelos canais de comunicação da ADunicamp.
A primeira é de repúdio ao tratado de cooperação militar recentemente assinado pelo governos dos Estados Unidos da América com o governo Bolsonaro.
A segunda pede uma investigação séria do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), que neste sábado, 14, completa dois anos.
Campanha salarial
A assembleia aprovou a proposta apresentada pela diretoria da ADunicamp de antecipar as discussões da Campanha Salarial/2020, que tem a data-base em maio, com proposição de que as negociações entre Fórum das Seis e Cruesp se iniciem no começo de abril.
Os pontos principais discutidos pela assembleia foram a necessidade de recuperação das perdas salariais, desde 2015, que hoje somam o índice total de 14%; e a elevação dos salários iniciais de carreira, com objetivo de reduzir a distância entre essas faixas salariais e a dos professores mais antigos. Estes pontos serão levados à próxima reunião do Fórum das Seis, que ocorre nesta sexta-feira, 13. (Com informações de divulgação)