Precisamos de uma indústria de guerra para enfrentar o coronavírus

.Por Alexandre Padilha.

Faço parte da comissão que debate as ações de enfrentamento ao coronavírus na Câmara dos Deputados e nesta semana, entre tantos assuntos de medidas para o combate à doença, debatemos a importância da coordenação do governo federal nas ações com o setor privado para que seja mantida a necessidade de atendimento as pessoas neste período, gerando produtos que supram a demanda existente hoje.

(foto Davis Rohrer – usa army – div)

Queremos salvar vidas e para isso precisamos que a economia também gire com este ideal, é preciso deixar claro que não existe divergência entre salvar vidas e estimular a economia. Para isso, o governo precisa orientar o setor privado de que há que se constituir uma indústria de guerra contra o coronavírus, inclusive na geração de emprego e renda. Há protocolos para isso caso o país entre em situação de guerra ou entre em uma questão emergencial como a que estamos vivendo.

O setor industrial possui protocolos para essa medida e isso precisa ser direcionado na fabricação de todos os produtos necessários para a saúde pública como a indústria têxtil que deve ser orientada a confeccionar máscaras, jalecos e uniformes para os profissionais de saúde, a indústria automobilística na contribuição da produção de ventiladores mecânicos ou a indústria de bebidas na produção de álcool em gel. Essas são ações que envolvem salvar vidas e também manter a renda das pessoas.

Para isso o governo federal também deve operar junto com o setor privado brasileiro facilitando a abertura de crédito, capital de giro e antecipação de compras governamentais porque não existe dicotomia nesse enfrentamento. Mas, infelizmente, Bolsonaro não está liderando e nem colaborando com essa ação.

Precisamos direcionar essa ação o quanto antes para garantir alimento, insumos, medicamentos, equipamentos e materiais para a grande demanda de saúde pública que estamos e ainda vamos enfrentar.

Alexandre Padilha é médico infectologista, professor universitário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde da Presidenta Dilma. Foi Secretário Municipal de Saúde na gestão Fernando Haddad em São Paulo.


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