O PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira irão a júri popular pela acusação de assassinato da vereadora do Rio de Janeiro (RJ) Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.
O modo do julgamento foi determinado nesta terça-feira (10) pela Justiça do Rio de Janeiro, às vésperas de completar dois anos do crime que matou Marielle e Anderson, no dia 14 de março de 2018.
“O embate entre a tese ministerial [do Ministério Público do Rio de Janeiro] e as defensivas deve ser decidido pelo Tribunal Popular”, escreveu o juiz Gustavo Gomes Kalil.
O advogado de defesa de Élcio de Queiroz, Henrique Telles, prometeu, em entrevista ao portal G1, recorrer da decisão. “Eu e o meu grupo de advogados, estamos analisando, examinando [a sentença]. A nossa contrariedade é com a pronúncia. Não há prova contra o meu cliente.”
Quem são os acusados?
Ronnie Lessa morava, à época do crime, no mesmo condomínio que Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca. O ex-PM passou pela Polícia Civil e também integrou o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e ficou conhecido por executar crimes de mando e pela eficiência e frieza em puxar o gatilho.
Em 1998, Lessa recebeu uma homenagem na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A mostra de admiração foi concedida pelo ex-deputado Pedro Fernandes Filho, já falecido, e avô de Pedro Fernandes Neto (PDT), atualmente secretário de Educação do governador Wilson Witzel (PSC). O autor da moção também é pai da vereadora Rosa Fernandes (MDB).
Segundo registros, ele seria homenageado “pela maneira profissional como vem pautando sua vida profissional como policial militar”.
Lessa foi afastado da polícia após um atentado a bomba que sofreu no Rio de Janeiro, há 10 anos. De acordo com a investigação na época, a motivação para o ataque teria sido uma briga entre facções criminosas.
A explosão ocorreu quando o policial passava com o seu carro blindado, uma picape Hilux prata, pela rua Mirinduba, a poucos metros do 9ª BPM, que fica em Rocha Miranda, zona norte carioca.
Já Elcio Queiroz, acusado de dirigir o Cobalt utilizado na ação que matou Marielle e Anderson, foi expulso da PM em 2016 por fazer segurança ilegal em uma casa de jogos de azar no Rio. (Do Brasil de Fato)