O miliciano e ex-militar da PM do Rio de Janeiro, Adriano Nóbrega, morto por policiais militares na manhã de deste domingo, 09, na cidade de Esplanada (BA), estava escondido no sítio do vereador do PSL Gilsinho da Dedé. Adriano era acusado de ser testemunha chave e um dos assassinos da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Em outubro de 2018, um outro evento chama a atenção: dois candidatos a vereador pelo PSL rasgaram uma placa em homenagem a Marielle Franco, demonstrando apoio explícito ao assassinato da ex-vereadora carioca. Adriano também foi homenageado por Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, que foi candidato a presidente pelo PSL.
Matéria publicada no G1, relata que Gilsinho se disse surpreendido ao saber que o miliciano estava em seu sítio e negou conhecer o elemento, aventou a possibilidade de invasão do terreno. E disse ainda que a propriedade não tem caseiro e é cercada de arame.
Diz que foi informado por um vizinho que uma operação tinha lugar em seu terreno, achava até que fosse assalto. Afirmou estar viajando e não ter nenhuma informação.
O miliciano estava foragido há mais de um ano e era membro da organização tida como Escritório do Crime, com mandado de prisão expedido em janeiro de 2019, pela Operação Intocáveis 1, da Gaeco do Rio. Adriano era o único foragido em operação que mirava a milícia de Rio das Pedras e da Muzema, Zona Oeste do Rio.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope da Polícia Militar do Rio de Janeiro estava sendo monitorado desde que foi ventilado que ele estaria escondido na Bahia
Em nota, a SSP-BA afirmou que Adriano era suspeito do envolvimento no assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes, em março de 2018. Mas o nome do miliciano não consta do inquérito que investiga a morte da vereadora.
Segundo a SSP-BA, o miliciano foi localizado em um imóvel em Esplanada por equipes do Bope, da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da SSP-BA.
A operação de localização foi uma ação conjunta da SSP-BA e da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sepol).
A Sepol informa que Adriano da Nóbrega era investigado já há um ano, pela Sepol e Gaeco, do Ministério Público. Ele estava sendo monitorado.
A SSP-BA disse, ainda, que Adriano resistiu com disparos de arma de fogo e acabou ferido. Chegou a ser socorrido, mas não sobreviveu. Com ele foram encontradas uma pistola 9mm, mais três armas e 13 celulares.
Em nota, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ao qual Marielle era filiada, disse:
“A Executiva Nacional do PSOL exige esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte do miliciano e, através de sua Executiva Nacional, de sua direção regional Bahia e parlamentares, solicitará uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública daquele estado para obter maiores informações, uma vez que Adriano da Nóbrega era peça-chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson”. (Do GGN/Carta Campians)