Apesar de pastores e líderes espirituais muito ricos, os países mais devotos a práticas religiosas no mundo são os mais pobres atualmente. Já os países mais ricos são os mais ateus, ou seja, países que têm menos pessoas rezando diariamente.
Artigo de José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE, mostra essa relação a partir dos dados coletados por Dalia Fahmy.
Veja abaixo.
Religião e Economia – O século passado foi um século de uma potência religiosa (EUA) e o século atual será o século dominado por um país ateu (China)”
.Por José Eustáquio Diniz Alves.
Rezar diariamente não faz bem para a economia! Fé demais parece que é um empecilho ao desenvolvimento econômico, ao bem-estar e à qualidade de vida.
Isto é uma conclusão que se pode tirar do gráfico acima, apresentado pela pesquisa “Americans are far more religious than adults in other wealthy nations”, do Instituto PEW (31/07/2018). Em todos os países que possuem renda per capita superior a US$ 30 mil (em poder de paridade de compra – ppp) há menos de 50% da população rezando diariamente. E, em todos os países onde mais de 50% da população reza diariamente, a renda per capita é menor do que US$ 30 mil, com exceção dos EUA.
Os EUA permanecem sendo um país fortemente religioso e o mais devoto entre todas as ricas democracias ocidentais. Como se diz, os EUA são um ponto fora da curva. Uma exceção que confirma a regra.
Por exemplo, mais da metade dos adultos americanos (55%) diz rezar diariamente, em comparação com 25% no Canadá, 18% na Austrália e 6% na Grã-Bretanha. Na verdade, quando se trata de seus hábitos de oração, os americanos se parecem mais com pessoas em muitos países pobres, incluindo África do Sul (52%), Bangladesh (57%) e Bolívia (56).
A China é o destaque contrário, pois é o país menos religioso de toda a comunidade internacional. Os chineses são o povo que menos reza e são o país com maior taxa de crescimento econômico dos últimos 40 anos. A China atualmente é um país de renda média e predominantemente ateu. No futuro será um país rico e ateu.
Estados Unidos e China são as duas potências econômicas que lutam pela hegemonia e a predominância no processo de globalização e de influência internacional. Vários autores consideram que assim como o século XX pode ser classificado como “século americano”, o século XXI será redefinido como “século chinês”.
Pelo gráfico acima, podemos dizer que o século passado foi um século de uma potência religiosa e o século atual será o século dominado por um país ateu. Se isto se tornar realidade, será a primeira vez na história que uma nação não religiosa assumirá a liderança econômica, científica e tecnológica dos destinos da humanidade. (publicado originalmente na EcoDebate -Da UFJF)
Referência:
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE
E a liberdade econômica?