Criada em 2003 no primeiro ano do governo Lula (PT), a Controladoria Geral da União (CGU) foi um dos órgãos mais combativos contra a corrução nos 14 anos dos governos Lula e Dilma, até o início 2016. Milhares de servidores foram afastados pela CGU e o órgão era temido. Com o golpe de 2016, governo Temer e a chegado do governo Bolsonaro, a CGU virou algo decorativo.
E isso pode ser comprovado com relação aos gastos do cartão corporativo da Presidência da República do governo Bolsonaro. Os ministros do STF decidiram, no dia 7 de novembro, que os gastos devem ser divulgados mas, mesmo com decisão do STF, a CGU não publicou os gastos no Portal da Transparência, site que é mantido pelo órgão.
Questionada pela reportagem da BBC Brasil sobre a não publicação, a CGU respondeu que não poderia fazer nada. “A CGU informou na segunda-feira (02) que não tinha recebido ainda nenhuma orientação da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre como seria a divulgação das informações”, anotou a reportagem da BBC.
De 2003, no início do governo Lula, a janeiro de 2016, últimos meses do governo Dilma Rousseff, ambos do PT, o governo federal expulsou com a ação da CGU 5.659 servidores. Desses, 4.729 foram demitidos; 426 tiveram a aposentadoria cassada; e 504 foram afastados de suas funções comissionadas. (LINK)
Um dos primeiras medidas, após o golpe de 2016, foi justamente tentar acabar com o poder da CGU. Logo que Michel Temer (MDB) chegou ao poder, buscou esvaziar o órgão e surgiu o primeiro escândalo dentro da própria CGU. (LINK)
Durante os governos petistas, a CGU também estavam indo para cima das prefeituras corruptas. Em 2015, passou a investigar prefeituras em todo o Brasil. (LINK)