O famoso cheque de R$ 24 mil, que Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, quando este era deputado, depositou na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não foi esquecido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Divulgado ainda no ano de 2018, o caso gerou um apelido de “Micheque” para a primeira dama nas redes sociais.
O órgão de investigação está analisando os dados fiscais de Michelle, que foram repassados depois da abertura de um procedimento fiscal, de acordo com informações da coluna de Guilherme Amado, da revista Época – das Organizações Globo.
Em 2018, quando o caso foi divulgado, a esposa de Jair Bolsonaro declarou que se tratava do pagamento de um empréstimo. O caso envolve diretamente Jair Bolsonaro. Ele tem dito que o cheque faz parte do pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil que ele teria feito a Queiroz, mas não tem qualquer comprovação deste empréstimo.
Bolsonaro chegou a ficar irritado e agrediu jornalistas essa semana por causa das investigações sobre seu filho. O assunto foi o mote dos ataques homofóbicos que ele fez a jornalistas na entrada do Palácio do Alvorada na última sexta-feira (20).
Bolsonaro usa uma claque do lado externo do Palácio para poder agredir jornalistas.
Em janeiro, Michelle foi investigada pela Receita Federal, que abriu um procedimento para apurar as movimentações financeiras dela e de 27 deputados estaduais do Rio de Janeiro e seus assessores.
A base para a investigação foi o relatório do então Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que motivou a atuação do Ministério Público contra Queiroz.
O depósito que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro fez na conta da primeira-dama era parte de uma movimentação financeira considerada atípica pelo Coaf. Homem de confiança da família Bolsonaro, o ex-assessor movimentou R$ 1,2 milhão no período de um ano, entre 2016 e 2017, e também R$ 5,8 milhões, entre 2014 e 2015. (247/Fórum/CartaCampinas)