“Jair Bolsonaro, às sextas-feiras, quando deputado federal, era assíduo frequentador do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa. Trabalhava de lá. Ele sempre controlou os mandatos dos filhos com pulso muito forte. Inclusive havia um rodízio de pessoas e parentes entre os gabinetes. Há indícios de que esse vínculo criminoso com ex-policial Fabrício Queiroz não começa, nem termina com Flávio, mas envolve toda família”, afirmou o deputado Marcelo Freixo, que foi colega de legislatura de Flávio Bolsonaro, na Assembléia Legislativa do Rio, segundo reportagem de Leonardo Sakamoto, do Uol.
De acordo com o Ministério Público, há indícios de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, organização criminosa. Funcionários fantasmas teriam recebido salários sem trabalhar e os recursos públicos retornavam para membros da família Bolsonaro.
A declaração do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito das Milícias, na mesma casa, em 2008, expõe mais uma vez a irritação de Bolsonaro nos últimos dias.
Freixo afirma que a instalação de uma CPI das Milícias no Congresso Nacional ganhou força após a operação do Ministério Público do Rio de Janeiro envolvendo o primogênito do presidente da República e, hoje, senador, além do “faz-tudo” da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e ex-assessores do gabinete de Flávio – entre eles, parentes da ex-esposa de Jair.
“Bolsonaro ataca exatamente as instituições que investigam os crimes em que sua família estaria envolvida. O presidente trata o caso como “pequeno”. Mas não é o presidente que determina o tamanho da denúncia contra seus filhos, mas os órgãos que o investigam – órgãos, esses que ele ataca para que não investiguem seus filhos”, diz Freixo.
Para ele, que ainda tem que andar escoltado por ter presidido essa CPI, se dinheiro público foi parar nas mãos de um chefe de grupo de extermínio como o “Escritório do Crime”, o caso é de cadeia. “Daí, torna-se necessário perguntar: onde realmente ficava o Escritório do Crime?”
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