O ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles, é alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por suspeita de enriquecimento ilícito. A Justiça de São Paulo autorizou a quebra do sigilo fiscal e telefônico do ministro.
De acordo com a decisão judicial, o patrimônio de Salles teve um salto de R$ 7,4 milhões em apenas 6 anos. Ele passou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018.
Candidato a deputado pelo Partido Novo em 2018, o enriquecimento do ministro coincide com seus cargos políticos. Ele foi secretário particular do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de 2013 a 2014, e Secretário do Meio Ambiente de São Paulo de 2016 a 2017. Em 2019 assumiu o cargo de ministro do governo Bolsonaro. Em outubro, o Partido Novo suspendeu a filiação de Salles diante do desastre ambiental do país, com o aumento das queimadas na Amazônia e incapacidade de combate ao vazamento de óleo nas praias do nordeste.
Em em 2006, fundou o Movimento Endireita Brasil (MEB), organização que neoliberal de direita que foi ativa no golpe parlamentar de 2016. A organização de Salles se dizia contra a corrupção e surfou no antipetismo promovido pela Rede Globo e outras mídias.
Segundo reportagem da DW, o MP-SP abriu o inquérito em agosto, a partir de uma representação feita pela empresa SPPatrim Administração e Participações, que suspeitou do grande aumento de patrimônio de Salles tendo como base as declarações de bens que ele mesmo havia apresentado à Justiça Eleitoral. O processo corre em segredo de Justiça.
O ministro nega irregularidades. A assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente, afirmou que “todos os rendimentos e bens do ministro foram declarados, não havendo nenhum receio acerca da análise de seus dados”. (Veja mais sobre o caso na DW)