Por uma escola cidadã
.Por Carlão do PT.
Os problemas do sistema de ensino, nem de perto, serão resolvidos pela criação de escolas cívico-militares, que podem se tornar as mais caras de todas. Só para ser ter uma ideia, o soldo de um sargento é de R$ 6.169,00 e de um primeiro tenente, R$ 8.245,00, segundo dados do site da Força Aérea Brasileira. Um salário dos sonhos para professoras e professores da rede pública.
Faltam investimentos na Educação, sobretudo no ensino fundamental. Falta estrutura em grande parte das escolas, em particular, nas que estão longe dos grandes centros.
As soluções para a melhoria do ensino-aprendizagem não são iguais para diferenças tão consideráveis do território brasileiro. Investir em um bom sistema de ensino no meio da floresta Amazônica exige esforços, estrutura e até calendário escolar distintos de uma escola de Brasília, por exemplo.
A valorização dos profissionais de educação é outro desafio, assim como a melhoria no sistema de formação, da faculdade até o fim da carreira.
Além desses e outros aspectos, a legislação brasileira restringe o trabalho de gestão escolar para pedagogos, ou professores que tenham mestrado em educação. Para o professor, mesmo o argumento de que os militares trarão “ordem e disciplina” para dentro do ambiente escolar não é válido. A questão disciplinar também é educacional e, portanto, deve ser desempenhada por alguém com a devida formação.
Em tempos de ódio, o ensino deve prezar pelos princípios de uma escola cidadã, como preconizava Paulo Freire, um dos educadores mais respeitados no mundo. A escola cidadã prevê a autonomia da escola, integração da educação com a cultura e o trabalho, oferta e demanda, escola e comunidade, visão interdisciplinar e a formação permanente dos professores. Uma escola democraticamente organizada e pedagogicamente alegre, criativa e ousada.
Carlão do PT é Presidente da Comissão de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Campinas
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