O indigenista Maxciel Pereira dos Santos foi assassinado, com dois tiros, na frente de seus familiares na cidade de Tabatinga, extremo oeste da Amazônia brasileira. De acordo com a Indigenistas Associados (INA), associação de servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio de informação divulgada no domingo, 8 de setembro, ele foi morto com um tiro na nuca, em uma via movimentada da cidade.
Santos era colaborador da Funai e ex-servidor da instituição, como chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial do Vale do Javari. Pessoas próximas acreditam que o crime foi motivado pela seu trabalho no combate a invasões ilegais na reserva do Vale do Javari, área conhecida por abrigar a maior presença de tribos indígenas não contactadas do mundo.
A figura de Santos era uma das únicas barreiras contra caçadores, madeireiros e mineradores em defesa das oito tribos indígenas e cerca de 16 tribos não contactadas da reserva. A Funai tem três sedes na região para proteção dos indígenas.
Em nota, a INA mostrou preocupação e destacou que a suspeita do crime está ligado a atuação de Santos na área. A instituição pediu a investigação do caso.
“Este episódio trágico e extremo se soma a muitos outros. Nos mais diferentes contextos, da Amazônia à região Sul do país, indígenas, servidores e colaboradores atuam em condições precárias e insuficientes na proteção de Terras Indígenas. Por conta da participação em ações de combate a ilícitos nesses territórios, encontram-se cada vez mais ameaçados e vulneráveis”, disse a INA.
Já a Funai lamentou o crime e seu presidente, Marcelo Xavier, afirmou que irá a Manaus (AM) para se reunir com autoridades de segurança pública, a fim de acompanhar a solução do caso.
“A morte de Maxciel representa uma grande perda para a Fundação, deixando todos sensibilizados”, destacou a nota. (Do GGN)