A estagnação econômica, os ataques aos direitos trabalhistas e a ausência de políticas públicas para geração de emprego fizeram aumentar o trabalho precário no Brasil. Precarizados são aqueles que trabalham na informalidade, sem carteira assinada, sem benefícios, sem garantias sociais e, normalmente, com salários inferiores aos do mercado formal.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (30), o total de trabalhadores sem carteira chegou a 11,7 milhões em julho. Além disso, os dizem trabalhar “por conta própria”, em condições igualmente vulneráveis, somam 24,2 milhões de brasileiros. (Total de 35,9 milhões de pessoas).
Os números são os mais altos já registrados pelo IBGE dentro da série da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, iniciada em 2012.
Esse contingente de quase 36 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos precarizados acabaram contribuindo para uma ligeira queda no índice geral de desemprego, que foi de 11,8% da população ativa no trimestre encerrado em julho – no trimestre anterior, era de 12,5%.
Em números reais, o índice representa 12,6 milhões de desempregados.
“Desde o início da crise econômica, a inserção por conta própria vem sendo ampliada em função da falta de oportunidade no mercado formal”, afirma Cimar Azeredo, gerente da Pnad. Segundo ele, o recorde da informalidade indica que o mercado de trabalho ainda não se recuperou.
Outros dados reforçam esse diagnóstico, como o da renda média dos trabalhadores, que caiu de R$ 2.311/mês para R$ 2.286/mês.
Além disso, o número de subocupados também bateu recorde e chegou a 7,3 milhões de pessoas, enquanto os desalentados (que desistiram de procurar emprego) somam 4,8 milhões de brasileiros. (Do Brasil de Fato)
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