Em novo vazamento do The Intercept Brasil com a Folha de S. Paulo mostra que o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, e seus colegas em Curitiba recorreram em diversas ocasiões a um informante graduado dentro da Receita Federal para levantar o sigilo fiscal de cidadãos sem que a Justiça tivesse autorizado a quebra do sigilo.
A reportagem de Paula Bianchi e Leandro Demori chama essa busca ilegal de ‘investigações clandestinas’. “Para obter os dados sigilosos, os procuradores recorreram ao auditor fiscal Roberto Leonel, que chefiava a área de inteligência da Receita em Curitiba, onde trabalhava. Leonel é hoje presidente do Coaf e foi levado ao governo de Jair Bolsonaro por Sergio Moro. A relação entre Leonel e a força-tarefa era tão próxima que eles pediram para o auditor informações sigilosas de contribuintes até mesmo para verificar hipóteses sem indícios mínimos. A Lava Jato, como o Intercept mostrou em parceria com o El País, já se movimentou contra seus inimigos declarados motivada apenas por boatos“, anotaram.
Adivinha quem eles queriam investigar ilegalmente? O principal inimigo político dos procuradores. “Três dos casos encontrados nos diálogos envolvem a maior obsessão dos procuradores em todos os anos de conversas pelo Telegram, o nome mais citado entre todos: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
Sigilo fiscal e bancário em Brazuka é uma piada. Qualquer pé-de-chinelo num banco ou nas receitas (federal e estadual) acessam seus dados numa boa. O que não significa que se tem de cercear o legítimo exercício da função de fiscalizar e punir os sonegadores. E também de punir exemplarmente aqueles que passam ou vendem essas informações. Agora banco privado não está nem aí e receitas abrigam número não desprezível de escroques…