O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba (PR), emitiu uma nota pedindo que a Rede Globo faça as devidas comparações entre a polícia ambiental da sua gestão e a do atual governo, de Jair Bolsonaro.
“O poder da Globo não lhe dá o direito de continuar mentindo, distorcendo informações ou modificando a história”, diz uma nota publicada no site do Instituto Lula, após o apresentador do Jornal Nacional William Bonner comparar a postura de Bolsonaro à do ex-presidente Lula em relação a críticas sobre desmatamento dizendo que “dois presidentes afirmaram que a Europa destruiu todas as suas florestas e que, por isso, não tem moral para dar conselhos sobre a Amazônia”.
Os dados do PRODES (veja gráfico acima) mostram que o governo Lula, inciado em 2003, encontrou uma situação de explosão de desmatamento em dois estados e conseguiu controlar e reduzir. Já no segundo ano, em 2005, o governo do ex-presidente começou a ter resultado no controle do desmatamento, que despencou em três estados com maior gravidade. Nos anos seguintes as quedas foram constantes até chegar no governo Dilma, em 2011, quando os dados do desmatamento continuaram controlados. (LINK)
O Instituto Lula ainda lembrou em nota que “o Brasil obteve recordes de redução de desmatamento no governo Lula, e o tema da matéria, o Fundo Amazônia, que usa recursos da Noruega e da Alemanha geridos em parceria com o governo brasileiro, foi criado justamente durante o mandato de Lula, em 2008, informação sonegada na reportagem”.
“Exigimos que o Jornal Nacional informe seus telespectadores que o Fundo Amazônia foi criado no governo Lula, e as diferenças nas políticas ambientais dos dois governos”, diz a nota. (247/Carta Campinas)
Leia a íntegra do texto:
O Jornal Nacional exibiu ontem, fora de contexto, uma frase do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo a soberania brasileira sobre a Amazônia, com o objetivo de fazer uma comparação incorreta e indevida sobre as políticas para o Meio Ambiente e Amazônia de Lula e Bolsonaro. Lula estava certo ao defender nossa soberania, como fez durante seus dois mandatos. Agora a política ambiental de Lula e Bolsonaro não poderiam ser mais diferentes.
O Brasil obteve recordes de redução de desmatamento no governo Lula, e o tema da matéria, o Fundo Amazônia, que usa recursos da Noruega e da Alemanha geridos em parceria com o governo brasileiro, foi criado justamente durante o mandato de Lula, em 2008, informação sonegada na reportagem. O governo Lula também criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, para gerir as Unidades de Conservação federais, e ampliou em 52,9% as áreas de proteção ao Meio Ambiente.
Na maior parte dos dois mandatos de Lula a ministra do Meio Ambiente foi Marina Silva, nascida na Amazônia e com uma vida dedicada à causa da sustentabilidade, enquanto o ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro é um condenado por crime ambiental que sequer conhecia a Amazônia antes de ocupar o cargo.
As políticas ambientais eram construídas ouvindo a sociedade civil e especialistas e não negando evidências científicas.
O Brasil assumiu no governo Lula, na Cúpula de Copenhagen, em 2009, a liderança da discussão sobre proteção ambiental e mudanças climáticas no mundo. Na época de Lula o Brasil combinou expansão da produção agrícola com proteção ao Meio Ambiente, abrindo mercados para as exportações do campo brasileiro. Abertura de mercados agora ameaçada pelo ataque de Bolsonaro contra nossas florestas.
Exigimos que o Jornal Nacional informe seus telespectadores que o Fundo Amazônia foi criado no governo Lula, e as diferenças nas políticas ambientais dos dois governos.
O poder da Globo não lhe dá o direito de continuar mentindo, distorcendo informações ou modificando a história.