O ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, disse à jornalista Monica Bergamo, na manhã desta quinta (1/8), que os procuradores da Lava Jato passaram dos limites e que o ataque à sua imagem é uma tentativa de eliminá-lo da disputa por uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
A edição da Folha de hoje, em parceria com o Intercept, mostra que Deltan agiu para tentar impedir que Humberto Martins fosse nomeado por Michel Temer para o STJ. O motivo, na visão do procurador, é que seu filho havia sido citado em delação de Leo Pinheiro da OAS, que teria afirmado que pagou R$ 1 milhão para o jovem advogado. O acordo de delação ainda não foi homologado.
“Mesmo eu julgando contra os interesses da OAS, os procuradores buscaram incluir meu nome [na delação], conforme divulgado! Tempos difíceis! Passaram de todos os limites!”, escreveu Martins à jornalista da Folha.
“O objetivo deles era me tirar [da disputa por uma vaga na Suprema Corte]. Mas quem sou eu para ir para o STF? Um simples mortal. Nunca disputei, nunca pedi, nunca quis isso”, acrescentou o magistrado.
“Estou triste, muito triste, muito triste”, repetiu. “Tenho 47 anos de serviço público. É duro constatar que eu não estava envolvido em nada e fui citado apenas porque queriam barrar uma indicação para o STF que eu nunca pedi.” (Do GGN)
PS: O indicado para a vaga que seria do ministro Humberto Martins foi ocupada em 2017 pelo advogado Alexandre de Moraes, que participava de governos do PSDB de São Paulo. Em resumo, um juiz de carreira perdeu a vaga da corte máxima do país para um advogado ligado a um partido político. A Lava Jato talvez tenha tido real influência nesse aparelhamento do judiciário.
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