Um dado interessante do concurso público, aberto recentemente pela Prefeitura de Campinas, é a baixa relação candidato/vaga entre os médicos, de diversas especialidades. A relação na área de medicina é muito inferior a outras profissões que exigem formação superior, mesmo em uma das principais cidades do país. Em alguns casos, a concorrência entre os médicos chega a ser 100 vezes menor do que entre outras profissões.
A maior concorrência no concurso entre os médicos é de 28,5 candidatos por vaga, na área de clínico geral. Pediatra, por exemplo, a concorrência é de 11 por vaga. Já ginecologista tem a menor taxa, apenas 7 candidatos por vaga.
A diferença é estrondosa entre outros profissionais com formação superior. Dentista, por exemplo, são 1 mil candidatos por vaga; engenheiro civil (758 por vaga), enfermeiro (1.389 por vaga), farmacêutico (968 candidatos por vaga), arquiteto (1 mil por vaga). Os dados parecem deixar claro que o Brasil precisa urgentemente formar mais médicos.
Vale ressaltar que a Prefeitura de Campinas é uma das mais ricas do Brasil e se situa próxima à capital paulista. Está no estado da federação mais populoso, cerca de 45 milhões de habitantes, e tem toda a infraestrutura para atrair médicos ou qualquer profissão.
Matéria bem carregada de viés. Alguns concursos públicos pagam valores bem abaixo do valor de mercado e outros pagam bem acima. Atualmente os médicos que se formam nas particulares estão fazendo dívidas que ultrapassam um milhão de reais, além de investir normalmente mais de 10 anos em formação e especialização. Sendo assim, dependendo do salário oferecido não paga nem a fatura mensal do financiamento estudantil e fica totalmente inviável. Se faltassem médicos não existiria profissionais atendendo por 20 reais a consulta nessas clínicas populares que cobram 50 reais a consulta (onde 25 fica para a clínica e 25 para o médico, ai ainda desconta 27,5% de imposto e a reconsulta o paciente não paga).