freeimages.com

.Por Luís Fernando Praga.

O dinheiro mandou exploradores europeus conquistarem outras terras, independente dos genocídios humano e cultural envolvidos.

O dinheiro mandou ludibriarem índios com espelhinhos e aguardente, para que gente perigosa ganhasse a confiança de gente ingênua.

O dinheiro mandou “importarem” gente pra trabalhar como escravo no Brasil Colônia; e a elite branca brasileira cometeu os piores desmandos contra esses seres humanos.

O dinheiro sempre fez questão, e teve o cuidado de manter, em solo brasileiro, uma legião de excluídos, miseráveis, necessitados, capazes de tudo para sobreviverem. Gente que, por migalhas, mata a mando do dinheiro.

O dinheiro alimentou o exército e possibilitou que um golpe militar transformasse o Brasil monárquico em república.

O dinheiro alimentou a mídia para que envenenasse o povo com o pânico da “ameaça comunista” (João Goulart, Paulo Freire, Miguel Arraes, Oscar Niemeyer, Ariano Suassuna, Darci Ribeiro, Brizola e cia) e permitiu que os militares aplicassem o golpe de 64, sob os aplausos da parte “de bem” da sociedade.

O dinheiro permitiu que a ditadura, iniciada em 64, desse lugar a essa pseudodemocracia, renascida em 1985, mas com José Sarney na presidência da República.

O dinheiro mandou a globo editar o debate entre Collor e Lula às vésperas da eleição de 1989.

O dinheiro manteve comprados todos os esquemas da corrupção sistêmica brasileira, nas estruturas políticas, legislativas, policiais, empresariais e judiciárias, assim como era no Brasil Colônia, durante todos os governos da República, inclusive na pós-redemocratização.

O dinheiro inebria e enriquece vendilhões dos templos pelo Brasil afora, dá voz à mentira e ao discurso de ódio, financia ignorância e a alienação de um povo, o medo do questionamento e a obediência servil a quem nos faz mal e nos engana.

O dinheiro, finalmente, permitiu que, nos governos Lula e Dilma, entre 2003 e 2014, o congresso nacional (desde sempre mercenário e bem cevado) aprovasse medidas populares e emergenciais, que garantiram o fim da fome e da miséria, o aumento nos investimentos em saúde (um povo que vive mais e melhor), educação (um povo que pensa e questiona), ciência (um povo que evolui) e medidas que visavam à autonomia do País e de seu povo perante os donos do dinheiro. Nesse período, e, muito possivelmente, só nesse período, a História do Brasil mostra que o dinheiro não conseguiu comprar presidentes da República.

O dinheiro não gostou dessa História e mandou que promovessem um novo golpe, em 2016, recontratando, para que realizassem os piores desserviços à Nação, a mesma mídia golpista, o mesmo congresso mercenário, o mesmo judiciário branquinho, machista e prostituto, o mesmo empresariado ignorante e ganancioso, e a mesma gente de bem, muito cristã. Os mesmos de quem o dinheiro lançara mão em 1964.

O dinheiro mandou cegarem o povo. O dinheiro mandou que se esquecessem do valor da vida humana. O dinheiro mandou promoverem pessoas amáveis a pessoas odiosas. O dinheiro mandou destituírem Dilma, mulher socialista, já barbaramente torturada pela ditadura de 64. O dinheiro mandou seu jagunço, Sérgio Moro. O dinheiro mandou matarem Teori Zavaski, um juiz que não se vendeu. O dinheiro mandou imunizarem Fernando Henrique Cardoso, herdeiro de capitania hereditária e um “importante aliado”… do dinheiro. O dinheiro mandou que não movessem uma palha contra Aécio Neves, herdeiro bilionário de dois banqueiros, mas que o mantivessem na carreira política e do pó, outro importante aliado.

O dinheiro sempre mandou no STF; o mesmo STF que, em 1936, negou habeas corpus a Olga Benário (mulher comunista), permitindo que ela fosse extraditada e assassinada, em 1942, num dos campos de extermínio da Alemanha nazista (de extrema direita, assim como o Brasil de hoje).

O dinheiro mandou prenderem Lula, socialista e herdeiro da miséria, e não exitará em mandar matá-lo.

Entretanto, assim como o dinheiro não conseguiu comprar Darcis Ribeiros, Suassunas e Paulos Freires; assim como o dinheiro não consegui comprar Mujica, Mandela, Lula e Dilma, o pós-golpe de 2016 conta com gente que não se vende, lutadora e ativa, que, apesar da “cordeirice” e cegueira da gente de bem, enxerga o valor da vida, muito além do dinheiro.

Nossa luta é esclarecer! Esclarecer, principalmente, que o dinheiro precisa do povo como escravo, mas, tem medo do povo consciente, e, por isso, depende de arrebanhar, alienar e manipular o povo.

Nós somos o povo, ou a parte dele que entendeu o golpe e como o dinheiro nos tem dividido, escravizado e feito mal.

Nós não retrocederemos 1 cm diante deste GOLPE óbvio, brutal e rapinante! Seguiremos contra a corrente artificial criada pela mídia, e pararemos o Brasil, até que ele volte a rumar para sua autonomia e a autonomia de seu povo!

O tempo vence toda ilusão!

Não importa quem seja nosso maior inimigo; nossos maiores aliados sempre serão a nossa união e o conhecimento da História, até que, um dia, tenhamos a consciência de que somos um só povo, com as mesmas necessidades e demandas, com o mesmo direito à vida e à dignidade, e, enfim, possamos dizer: “O dinheiro mandava”!

Nos tempos de destroços, a esperança manda dizer que está bem viva!

Esquerda unida! Paz! A guerra é uma armadilha do dinheiro!

#LulaLivre