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Letícia Rodrigues apresenta ‘0 (zero)’, uma dança tecida entre fragilidade, limite e respiração

0 (zero) é uma dança solo de Letícia Rodrigues que traz ao palco questões autobiográficas sobre uma condição genética que afeta seu corpo. Em cena, corpo, música e um objeto-corpo pneumático compõem uma dança tecida entre fragilidade, limite e respiração. A estreia do solo acontece em duas sessões no Sesc Campinas –dias 7 e 8 de maio, terça e quarta-feira, às 20h – e segue com apresentações dias 11 e 12 de maio, sábado às 20h e domingo às 19h, no Salão do Movimento, em Barão Geraldo.

(Foto: Wrzaratini)

Contemplado pelo ProAC Obras Inéditas de Dança, 0 (zero) é uma dança desenvolvida na tessitura entre fragilidade, ontogênese (processo evolutivo acerca das alterações biológicas sofridas pelo indivíduo desde o seu nascimento até seu desenvolvimento final), limite e erro. Com música ao vivo e projeção de uma videodança, a coreografia é uma pesquisa em dança que tem como impulso uma forte experiência pessoal, onde o corpo da bailarina embrenha-se com um ser pneumático – indissociáveis que se retroalimentam e respiram juntos – na construção de um espaço que compõe um organismo único.

Há 10 anos Letícia Rodrigues descobriu que possuía uma condição genética que limitava sua materialidade: a Síndrome da Hipermobilidade Benigna ou frouxidão ligamentar, que deixa suas articulações mais moles e pode afetar a estrutura óssea devido a um erro na produção de colágeno. Para ela, 0 (zero) a leva a refletir, a repensar e a trilhar caminhos para seguir adiante profissionalmente. “O espetáculo fala sobre essa minha condição e os sentimentos e sensações que me atravessam, além de questionar como essa condição amplia possibilidades, ao invés de ser limitante. Se há limites, como dançar com isso? O que é o limite para o corpo que dança? Como a dor pode ser revigorante e te fazer ir além para superá-la?”, explica a bailarina.

Em 0 (zero), Letícia Rodrigues traz para a cena a estética do erro na dança em contraponto com os limites do corpo. “O solo é uma pesquisa em dança que já venho tateando, e que agora compartilho, não como forma de vitimismo, mas buscando a fragilidade enquanto potência para o desenvolvimento de uma dança singular. É o desejo de como devo seguir, como posso continuar dançando e quais serão meus próximos passos. A ideia é começar do zero, reaprender”, conta ela.

O espetáculo começa com a bolha gigante (ser pneumático) vazia. Letícia inicia a dança construindo um novo ambiente ao encher a bolha de ar, que representa uma célula ou uma bolsa amniótica. Quando totalmente cheia, a bailarina ocupa os diversos espaços da cena, fora e dentro da bolha – onde acontece a transformação do objeto e do corpo da bailarina como se ambos fossem apenas um.

Após as apresentações em Campinas, que contará também com uma residência artística de 21 a 24 de maio, de terça a sexta-feira, das 19h às 21h30, no Sesc Campinas, 0 (zero) estreia na capital paulista com sessões dias 17 e 18 de maio, sexta-feira, às 19h e sábado, às 15h no Centro de Referência da Dança; dia 25 de maio, sábado, às 18h, na Oficina Cultural Oswald de Andrade e dia 26 de maio, domingo, às 19h, na Capital 35. (Carta Campinas com informações de divulgação)

0 (zero)

Dias 7 e 8 de maio, terça e quarta-feira, às 20h, no Sesc Campinas.

Dias 11 e 12 de maio, sábado às 20h e domingo às 19h, no Salão do Movimento.

Dança e Concepção Geral – Letícia Rodrigues. Provocação – Beatriz Sano. Composição e Música ao Vivo – Gustavo Infante. Dança (participação especial em videodança) – Gabriela Branco. Desenho e Operação de Luz – Rossana Boccia. Projeção ao Vivo – InCápsula. Figurinos– Marjoly Lino. Produção Executiva – Bufa Produções (Aline Grisa). Fotos e Captação de Imagens Videodança – wrzaratini. Edição Videodança – Esther Lourenço. Projeto Gráfico – Elisa Carareto. Registro Videográfico – Bruta Flor Filmes. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Duração – 50 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos.

SESC CAMPINAS – Sala de Múltiplo Uso 2 – Sala de Múltiplo Uso 2 – Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim. Telefone – (19) 3737-1500. GRÁTIS – ingressos distribuídos a partir das 18h do dia da apresentação.

SALÃO DO MOVIMENTO – Rua Abílio Viléla Junqueira, 712 – Barão Geraldo. Telefone – (19) 3287-8861. GRÁTIS – ingressos distribuídos com uma hora de antecedência. Capacidade – 50 lugares.

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