.Por Eduardo de Paula Barreto.
Tive um sonho na noite fria
E banhada pela escuridão
Sonhei que escrevi uma poesia
Que podia abrir a porta da prisão
Texto composto de versos suaves
Que em forma de chave
Movia a fechadura
E oferecia liberdade
À vítima da arbitrariedade
De uma disfarçada ditadura.
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No sonho a poesia que escrevi
Transformou-se em tapete voador
E nele vi o encarcerado subir
E voar para longe do opressor
Que havia calado a sua boca
E transformado a preta toga
Num instrumento de tortura
Que tentava enfraquecer o homem
Cujo nome não era mais um nome
Tornara-se sinônimo de bravura.
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Agora fora da clausura
Ressurgiu o verdadeiro mito
Que transformou suas agruras
Em armas contra o inimigo
E acordou-me de manhã cedo
Grato por tê-lo feito enredo
Dos meus versos intrépidos
Então tomei minha caneta
E fazendo dela baioneta
Ingressei no seu exército.
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