Em São Paulo – O Coletivo Labirinto apresenta até o dia 24 de fevereiro no Centro Cultural São Paulo (CCSP) o espetáculo “Argumento contra a existência de vida inteligente no cone sul”, do texto do uruguaio Santiago Sanguinetti.
Quatro amigos planejam um atentado contra uma importante Faculdade de Ciências Humanas de seu país. Mas, nos dias atuais, os desencontros e a falta de sentido dessa e de tantas outras ações deflagram a dificuldade para se buscar saídas.
Para a diretora Marina Vieira, a faculdade aparece como símbolo de um local onde o pensamento crítico é fomentado. “A ideia dos personagens é que esse atentado evidenciaria a estupidez do país, provocando um movimento de mudança na sociedade”, explica. Dessa forma, ficaria comprovada a falta de inteligência sugerida no título da peça. “Eles têm essa ideia de que algo muito estúpido, como provar que não há vida inteligente, iniciaria uma revolução”, afirma. Mas a diretora ressalta que a peça trabalha com a possibilidade de muitas leituras. “Nunca há uma resposta inequívoca para nenhuma questão, então aparecem várias justificativas e, às vezes, nenhuma para a ação deles.”
Justapondo elementos dissonantes, como o imaginário revolucionário de esquerda e a cultura pop norte-americana, o texto critica uma suposta ‘idiotização’ do mundo. “É muito interessante como ele consegue desmistificar assuntos, tornar estúpidas figuras muito ‘inteligentes’, nessa inteligência de referências teóricas, mesmo”, comenta a diretora. A crítica não é à cultura pop em si, mas essa aparece como a ponta do iceberg da ‘idiotização’. “O autor atribui isso a dois fatos: às ditaduras militares que censuraram o pensamento e à globalização que traz essa homogeneização cultural”, explica Marina. (Carta Campinas com informações de Gabriel Fabri)
texto: Santiago Sanguinetti – tradução e adaptação: Coletivo Labirinto e Marina Vieira – direção: Marina Vieira – elenco: Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Wallyson Mota – realização: Coletivo Labirinto
sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 20h – 80min – livre – Espaço Cênico Ademar Guerra
grátis – a bilheteria será aberta uma hora antes do início da apresentação para a retirada de ingressos, que não estarão disponíveis na internet – cada pessoa poderá retirar um par.
Centro Cultural São Paulo. R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Próximo da estação Vergueiro do metrô. Centro. | tel. 3397-0001 e 3397-0002. De 25/1 a 24/2. Dia 17/2, 20h (o espetáculo será interpretado em Libras)