.Por Nielmar de Oliveira.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) desencadeou na manhã de hoje (22) uma operação para prender 13 integrantes de organização criminosa que atua em Rio das Pedras, Muzema e adjacências, todas no Rio de Janeiro.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, da Draco e da Core/Polícia Civil. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão.
Já foram presos pelo menos cinco dos integrantes da organização, entre eles um major da Polícia Militar; o tenente reformado também da PM Maurício Silva da Costa, o Maurição, que seria o chefe do grupo de milicianos, posto que dividia com o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães.
Segundo nota do MPRJ, as investigações, realizadas por meio de escutas telefônicas e notícias de crimes, recebidas pelo canal Disque Denúncia, “evidenciam que os denunciados estão envolvidos em atividades de grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis; receptação de carga roubada; posse e porte ilegal de arma; e extorsão de moradores e comerciantes, mediante cobrança de taxas referentes a ‘serviços’ prestados.
Eles são acusados, ainda, de ocultação de bens adquiridos com os proventos das atividades ilícitas, por meio de ‘laranjas’; falsificação de documentos; pagamento de propina a agentes públicos; agiotagem; utilização de ligações clandestinas de água e energia; uso da força como meio de intimidação e demonstração de poder, para manutenção do domínio territorial na região de Jacarepaguá.
Segundo ainda o Ministério Público, foram denunciados Ronald Paulo Alves Pereira (conhecido como major Ronald); Marcus Vinicius Reis dos Santos (Fininho); Manoel de Brito Batista (o Cabelo); Júlio Cesar Veloso Serra; Daniel Alves de Souza; Laerte Silva de Lima; Gerardo Alves Mascarenhas (conhecido como Pirata); Benedito Aurélio Ferreira Carvalho (o Aurélio); Jorge Alberto Moreth (Beto Bomba), Fabiano Cordeiro Ferreira (Mágico) e Fábio Campelo Lima.
Apuração
O MPRJ informou que “as relações estabelecidas entre os criminosos e a natureza das funções desempenhadas por cada um deles na hierarquia da organização, tais como segurança (ou braço armado), agente de cobrança de taxas, lavagem de dinheiro (na figura de laranjas), agiotagem e forte atuação no ramo ilegal imobiliário”.
A denúncia indica que o Capitão Adriano, o Major Ronald e o tenente reformado da PM Maurício Silva da Costa são os líderes da organização. Já Jorge Alberto Moreth (o Beto Bomba) é presidente da Associação de Moradores de Rio das Pedras, cargo que, segundo o MP, “foi conquistado a partir de ameaças e uso de força, sendo exatamente nesta organização social onde se consolidam as transações de compra e venda dos imóveis construídos ilegalmente e a manipulação de documentos necessários à concretização de operações ilícitas”.
Homicídios
As informações divulgadas pelo Ministério Público sustentam que alguns dos integrantes do grupo também respondem pelo homicídio de Júlio de Araújo, em 24 de setembro de 2015. Araújo foi executado a queima roupa com disparos de arma de fogo desferido em sua cabeça, no que o MP acredita ter sido um crime de queima de arquivo.
Na denúncia, o MPRJ requer a condenação dos denunciados, incursos, com variações conforme a atuação de cada um, em penas que vão desde acusações de promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa, com pena de reclusão de três a oito anos, e multa; até acusações de assassinatos. (Da Agência Brasil)
Isso é uma coisa muito séria. Só um exemplo para especificar de onde isso começa, acho que têm uns 15 anos. Eu tenho um amigo e um outro sócio que eram donos de uma pequena pizzaria em um bairro da zona sul. Eles vendiam as pizzas mais na base do delivery e acabando por fechar pra lá de meia noite. Aí começaram os assaltos à noite na hora do fechamento da loja. Toda a fatura daquele dia, ia para as mãos dos bandidos. Já não aguentando mais, foram falar com o comandante do Batalhão da área. Então o comandante mandava uma viatura sempre para dar um certo ar de segurança na hora do fechamento da loja. No principio, houve tranquilidade. Depois, os dois policiais da viatura começaram a cobrar 100 reais por noite. Depois de alguns meses a cobrar R$ 200,00. Fazendo a conta do faturamento, o sócio que trabalhava mais à noite, começou a reclamar que o dinheiro da noite iam pro policiais e os moto boys. Não havendo faturamento do mês no expediente da noite em que a venda da pizza era mais relevante. Aí fecharam às 22:hs. para evitar a despesa com segurança, e mesmo assim, começaram os assaltos, novamente. Aí foram novamente, ao Batalhão para solicitar a presença da viatura. Não falaram nada ao Comandante sobre o caixinha, talvez, por medo ou outra coisa qualquer. Não estou alegando que o Comandante sabia ou entrava nessa parada, pois, ele não comentou isso comigo. Só que o arrego dos dois policiais da viatura subiu para 300 pilas a diária. Faça a conta por semana e por mês? Pois bem, e não satisfeito, o meu amigo e eu, sendo uma liderança do bairro, fizemos uma reunião com vários comerciantes da área, isto é, só da rua no intuito de se procurar uma solução. Segurança privada armada ou não, eles não gostavam, mesmo que fosse um policial fazendo hora extra. E o susto maior dele, é que a maioria dos comerciantes pagavam a tal suposta segurança e enquanto o restante fechavam as suas lojas ao cair na noite. E aí o que aconteceu com o meu amigo? Fechou a loja e foi para um shopping da qual achavam ter mais segurança. A gente pensa, que é só na questão financeira, e é, pois, dali, eles pagam taxas, impostos, luz, produtos para a loja, funcionários, encargos sociais e o sustento da família, mais por trás disso, você alimenta o Status Quo permanente. É um caso que assusta qualquer um, seja um comerciante ou morador.