No dia 13 de dezembro, quinta-feira, às 20h30, o cantor e compositor pernambucano Lenine apresenta seu 13º álbum, “Em Trânsito”, indicado ao Grammy como melhor disco de rock em português, no Galpão Multiuso do Sesc Campinas.
“Em Trânsito” é uma ode ao processo. Não à toa, subverte a ordem que se nos impuseram (disco de estúdio/show/disco ao vivo). Tudo do avesso porque é tudo processo. É livre de obrigações, desemoldurado. Lenine enxerga que O Dia em Que Faremos Contato (1997), Na Pressão (1999) e Falange Canibal (2002) constituem uma primeira trilogia, em que o conceito dos discos é uma amarração feita a posteriori, a partir do conjunto das canções que ele já compusera até então; já Labiata (2008), Chão e Carbono (2015) são uma segunda trilogia, em que novas canções foram criadas para álbuns cujos conceitos foram imaginados a priori. Em Trânsito seria o que, então, senão a fusão das duas coisas – justamente aquilo que não vem antes e nem depois?
O resultado é um repertório de canções que soam novas – sejam elas inéditas ou não. Que Baque É Esse? É o baque do maracatu de bombo fofo, rasgado pelo sax de Carlos Malta, ou é o baque da Intolerância, parceria nova com Ivan Santos que também é costurada por Malta? Seria o baque da desilusão dos nossos sonhos luminosos de nação, como previu com Carlos Rennó em Ecos do Ão, ou o baque da metrópole que nos atropela e nos expulsa, imaginado com Bráulio Tavares em Lá Vem a Cidade? Ninguém Faz Ideia. O baque talvez seja o próprio devir*, a transformação como certeza única. O que não Virou Areia ainda há de virar, seja o rei ou o pirata de Lá e Lô; seja o índio da estrela veloz e brilhante de Tubi Tupy ou a própria estrela, o sol mais distante observado com Arnaldo Antunes em O Céu É Muito.
Os ingressos variam de R$ 9 a R$ 30 e podem ser adquiridos apenas nas Unidades do Sesc. (Carta Campinas com informações de divulgação)