Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, apareceu depois de 20 dias desaparecido e faltar em quatro depoimentos ao Ministério Público. Ele foi entrevistado na noite desta quarta (26) por cerca de 20 minutos no SBT pela jornalista Débora Bergamasco, ex-IstoÉ, autora da famosa capa que chamava Dilma Rousseff de “descontrolada” e “fora de si” em 2016.
O ex-assessor disse que não está fugindo, mas não explicou as movimentações consideradas “incompatíveis com o seu patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira” em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). “Esse mérito eu queria explicar para o MP (Ministério Público).”
Além das remunerações mensais em torno de R$ 23 mil a R$ 24 mil, sendo “cerca de R$ 10 mil” vinda do salário de assessor e o restante da remuneração como policial militar, ele afirmou que compra e vende carros. “Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro, sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, compra um carrinho, mandava arrumar, revendia, tenho uma segurança.”
Na entrevista, não explicou, segundo os dados do relatório, as coincidências entre as datas de pagamento de salários da Alerj, depósitos em espécie na conta de Queiroz e saques em dinheiro pelo policial militar. A suspeita é que o policial militar fosse o responsável por recolher parte do salário dos funcionários de Flávio Bolsonaro — prática em alguns gabinetes do Legislativo. O senador eleito nega essa hipótese.
Ele disse ainda que faltou aos depoimentos porque os comunicados foram para a casa de sua ex-esposa e que passa por problemas graves de saúde, tema tratado em boa parte da entrevista. Mas não se lembrou do nome do hospital onde afirmou que ficou internado no último depoimento que se ausentou.
Afirmou que depositou dez cheques de 4 mil reais na conta de Michelle Bolsonaro, que seriam de um empréstimo, pediu desculpas a Michelle e a família Bolsonaro e disparou: “a imprensa acabou com a minha vida”. (Da Revista Fórum)