O país viu aumentar a pobreza em 2017, já no governo Temer, atingindo 26,5% da população, ou 54,8 milhões de pessoas, 2 milhões a mais do que no ano anterior, segundo o IBGE.
E o total de pessoas na extrema pobreza chegou a 15,2 milhões (6,6%), ante 13,5 milhões em 2016 – esse dado considera a linha estabelecida pelo Banco Mundial, incluindo quem tem renda inferior a US$ 1,90 por dia, ou R$ 140 por mês.
Esse contingente só não cresceu na região Norte. Já a linha de pobreza do Banco Mundial considera rendimentos de até US$ 5,5 por dia, ou R$ 406 por mês.
As informações, que incluem também crescimento da informalidade no trabalho, constam da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada na manhã desta quarta-feira (5) pelo instituto. “Na ausência de uma linha oficial de pobreza no país, a Síntese de Indicadores Sociais analisou este tema utilizando diferentes medidas que, em sua maioria, mostram o crescimento da pobreza, entre 2016 e 2017”, diz o IBGE.
Na região Nordeste, 44,8% da população – 25,5 milhões de pessoas – estava em situação de pobreza. No Sudeste, o número subiu para 17,4%, atingindo 15,2 milhões. No Sul, eram 3,8 milhões (12,8%).
Ainda segundo o IBGE, a proporção de crianças e adolescentes (até 14 anos) abaixo da linha de pobreza subiu de 42,9% para 43,4%. “Do total de moradores em domicílios em que a pessoa de referência era uma mulher sem cônjuge e com filhos de até 14 anos, 56,9% estavam abaixo dessa linha. Se a responsável pelo domicílio era uma mulher preta ou parda (igualmente sem cônjuge e com filhos no mesmo grupo etário), essa incidência subia para 64,4%.”
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A distância média do rendimento dos pobres em relação à linha também aumentou entre 2016 e 2017, de R$ 183 para R$ 187. O instituto calcula o chamado “hiato da pobreza”, um valor que seria necessário para erradicar o problema. No ano passado, seriam necessários R$ 10,2 bilhões mensais, “perfeitamente alocados”, para que as pessoas atingissem a linha de pobreza.
A pesquisa mostra ainda que persiste a concentração de renda no Brasil. Os 10% com maiores rendimentos acumulavam 43,1% da massa total, enquanto os 40% com menores rendimentos tinham apenas 12,3%. O Distrito Federal concentrava a maior desigualdade, com 46,5% e 8,4%, respectivamente.
O rendimento médio mensal per capita domiciliar foi calculado em R$ 1.511, caindo para R$ 984 na região Nordeste e R$ 1.011 no Norte. Ali, quase metade da população (49,9% e 48,1%, respectivamente) tinha rendimento médio de até meio salário mínimo. E menos de 8% possuíam rendimento mensal acima de dois mínimos.
Outro dado mostra que pretos e pardos (classificação usada pelo instituto) predominam entre os mais pobres: 13,6% estavam entre os 10% da população com os menores rendimentos. E só 4,7% deles estavam entre os 10% com maiores rendimentos. Entre os brancos, 5,5% integravam os 10% com menores rendimentos e 16,4% os 10% com maiores rendimentos.
“Nos domicílios cujos responsáveis são mulheres pretas ou pardas sem cônjuge e com filhos até 14 anos, 25,2% dos moradores tinham pelo menos três restrições às dimensões analisadas. Esse é também o grupo com mais restrições à proteção social (46,1%) e à moradia adequada (28,5%)”, aponta o IBGE. (Da RBA)
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